Ocorrido em 2009, o acidente fatal mudou os rumos da aviação mundial, que passaram a oferecer melhores treinamentos às equipes
Nesta segunda (17), um tribunal da França fechou o livro no caso do vôo AF447, da Air-France, que ia do Rio de Janeiro à Paris no ano de 2009. Tanto a Air-France quanto a Airbus, que produziu o avião em questão, foram inocentadas completamente.
Acusadas por “homicídio involuntário corporativo”, sob multa máxima de 225 mil euros para cada companhia, Air-France e a Airbus ouviram protestos das famílias de todas as vítimas. Todas as 228 pessoas a bordo do avião, incluindo os pilotos e a equipe, morreram no meio do Oceano Atlântico.
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Na época do fato, as torres de comando deram o avião como desaparecido. Uma forte tempestade no meio do trajeto fez com que o avião perdesse as funções automáticas e parte da energia. A caixa preta, recuperada intacta, revelou que os pilotos não conseguiram lidar com a perda do sensor de velocidade, que ficou congelado pela tempestade.
Eles ainda realizaram uma manobra considerada errada, que piorou a situação. Eles mantiveram o nariz do avião muito para o alto, resultando em um efeito de “estol aerodinâmico”. O efeito impediu que o ar circulasse sobre as asas, fazendo com que o avião caísse em queda livre por cerca de quatro minutos, até atingir o oceano.
Nelson Faria Marinho, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Vôo 447, demonstrou sua repúdia à decisão da Justiça francesa:
“A decisão não foi o que eu esperava. Eu esperava que eles se espelhassem na Boeing americana, que são muito mais sérios. Decidiram que o 737 Max não sairia do solo enquanto não resolvessem o problema. Só culpam o piloto, que não tem culpa de nada. O problema foi só no mecanismo mesmo, eu posso te afirmar isso. A decisão deles foi absurda” – criticou Nelson, que perdeu o filho de 40 anos no acidente.
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