População fala de “decapitar” o presidente francês em praça pública, por conta da reforma da Previdência
Nesta segunda (20), o Parlamento da França rejeitou duas votações de desconfiança contra o presidente, Emmanuel Macron. Caso as votações fossem aprovadas, Macron sofreria impeachment e uma nova eleição presidencial seria realizada. Além disso, a atual reforma da Previdência, forçada por ele sem a aprovação da Assembleia Nacional, seria impedida.
A primeira moção de desconfiança recebeu 278 votos, não alcançando a meta de 287 para aprovação. O grupo parlamentar ‘LIOT’ foi quem apresentou a moção. A segunda moção alcançou apenas 94 votos. O grupo de extrema-direita, National Rally, a apresentou.
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As votações se devem ao fato de, na última quinta (16), Macron ter forçado a reforma da Previdência a passar, sem precisar da aprovação de ninguém do governo. O presidente francês utilizou o artigo 49.3 da Constituição, que permite com legalidade a tal atitude.
Protestos explodiram em Paris e vários outras cidades da França, com a população pedindo, literalmente, pela cabeça de Macron. Os garis foram os primeiros a protestarem, se unindo aos vários sindicatos de Paris. Eles deixaram – e ainda deixam – a capital francesa tomada por lixo. Turistas chegaram a tirar fotos como se fossem novos pontos turísticos, mas com a finalidade de denunciar a situação vergonhosa do país.
“Estamos diante de um presidente que faz uso de um golpe de estado permanente” – afirmou Olivier Faure, líder do Partido Socialista Francês.
A reputação de Emmanuel Macron decaiu drasticamente com os últimos fatos. O presidente, que antes não era bem visto por parte da população, agora é odiado por todos. A situação chegou a unir partidos de esquerda e de direita na França.
Sindicatos responsáveis por grande parte das greves agendaram novas mobilizações a nível nacional para a próxima quinta (23).
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