Crimes foram cometidos e acobertados desde 1950, segundo depoimentos colhidos
Uma investigação independente, com apoio da Igreja de Portugal, aponta que a Igreja Católica do país abusou e estuprou de menores por 73 anos seguidos. 512 casos foram confirmados, mas o número pode subir para 4.815, conforme a investigação procede.
Ouvindo depoimentos de várias mulheres e homens, que eram crianças nas épocas dos crimes, a comissão portuguesa passou a ter noção da extrema gravidade da situação no país. Principalmente, pelo fato de os crimes terem sido acobertados por todos esses anos.
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Pedro Strecht, psiquiatra infantil e presidente da comissão que investiga os casos, comentou sobre os casos:
“Os testemunhos nos permitem chegar a uma rede de vítimas muito mais ampla, calculada em um número mínimo de 4.815. Não é possível quantificar o número total de crianças vítimas.
Houve evidentemente ocultação desses abusos sexuais por parte da Igreja Católica” – afirmou Strecht.
Os dados colhidos mostram que:
– 60% dos crimes ocorreram entre os anos 60 e 80;
– 77% dos agressores eram padres;
– Apenas 48% das vítimas se abriram sobre os casos para a comissão de investigação;
– 18% de meninas e 8% de meninos são abusados até os 18 anos de idade.
A exposição dos casos e das denúncias está causando um enorme “reboliço” na Igreja portuguesa. Portugal possui pouco mais de 80% de sua população considerados totalmente religiosos, devotos ao catolicismo.
Alexandra, de 43 anos de idade e uma das vítimas que deu depoimentos para a investigação, comentou que é muito difícil falar sobre o tema no país:
“Eu guardava esse segredo havia muitos anos, mas sentia que era cada vez mais difícil administrar sozinha. Os bispos pedirem perdão não significa nada para mim. Não sabemos se estão falando sério, eu sinto nojo”
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