Mutação do fungo agora resiste à temperaturas entre 37º e 42º C e pode ser fatal na maioria dos casos
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmaram que o Brasil tem passado pelo terceiro maior surto de Candida auris. Um hospital de Recife, no Pernambuco, registrou 48 casos de infecção humana entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.
O fungo, agora chamado de “superfungo” por conta de uma mutação ambiental sofrida, se tornou uma ameaça global após ser identificado em praticamente todos os continentes. O Japão foi o primeiro a identificar uma infecção em um humano, durante um caso de otomicose, ainda em 2009. Desde então, notou-se um grande aumento na resistência do fungo contra medicamentos antifúngicos.
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Segundo os dados mais recentes, o Candida auris pode resistir à temperaturas globais de 37º C até 42º C, se tornando um perigo incomum para os humanos. Outros fungos, como o Cordíceps, infectam somente aos animais e são completamente vulneráveis a temperaturas acima de 30º C.
O Brasil registrou seu primeiro caso de Candida auris em novembro de 2020, num hospital de Salvador, Bahia. O paciente tinha 59 anos de idade e estava internado na UTI. Cientistas afirmam que o “superfungo” infecta a corrente sanguínea, podendo causar alta mortalidade entre pacientes com comorbidades ou imunossuprimidos, parecido com a Covid-19. No entanto, ao contrário da Covid-19, não existe cura ou vacina para um fungo, apenas tratamento intensivo. O paciente pode se recuperar com o tempo ou vir a falecer.
Manoel Marques Evangelista Oliveira, pesquisador da Fiocruz, comentou sobre o surto:
“Um sistema de Saúde Única (SUS) permite um rápido diagnóstico e observamos que houve um baixo número de óbitos entre esses pacientes. Demonstramos que a presença de candida auris em pacientes não quer dizer necessariamente que eles vão evoluir ao óbito. O fungo pode colonizar o paciente e ainda há medidas para impedir que essa infecção se dissemine nesse paciente” – concluiu Manoel.
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