Duas amigas pediam quantias em dinheiro para a compra de alimentos, porém os valores seriam para outros fins
A Polícia Civil de Blumenau iniciou na manhã desta quarta-feira, 28, investigações para apurar um suposto golpe via redes sociais do projeto social “Alimentando Necessidades”. O “modus operandi” do grupo consiste em pedir doações via pix para aquisição de marmitas para pessoas necessitadas.
O projeto foi criado por Maria Eduarda Poleza Rosa, de 19 anos. No entanto ainda não foi feito um levantamento do total de pessoas lesadas com o golpe.
Maria Eduarda e uma amiga pediam quantias em dinheiro para a compra de alimentos, todavia, os valores seriam desviados para benefícios próprios. Nesse sentido elas despertavam a atenção das pessoas com os famosos fios (expressão usada no Twitter para contar histórias em uma sequência de postagens).
“A gente iniciou as investigações após registro de B.O na nossa delegacia. Estamos tentando levantar mais pessoas que tenham sido lesadas, supostamente, por essa ONG. Então ainda é uma investigação preliminar, em razão também dessa repercussão. Constatamos que nas redes sociais existem outras pessoas e estamos tentando contato, para dar andamento, mas ainda tentando apurar a veracidade das informações”, afirmou em entrevista delegado Felipe Orsi, responsável pelo caso.
A Polícia Civil emitiu nota na qual orienta as pessoas a buscarem se certificar da veracidade e da efetividade das entidades que solicitam doações, em especial, doações em dinheiro. É preciso que haja uma instituição constituída de fato, com CNPJ ou sede própria além de apresentar sistemas de prestação de contas dos serviços atendidos.
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O que diz a criadora do projeto
Logo após a polícia Civil ter informado que estava apurando as denúncias, após várias suspeitas de fraudes, a criadora do projeto se manifestou dizendo que ainda não havia sido notificada.
“Não fomos notificados ainda. Eu tô muito tranquila, acredito que quem não deve não teme. A respeito dos diversos crimes de calúnia, difamação e danos morais, com certeza medidas serão tomadas. Pessoas tiram a própria vida por causa disso”. disse.
O que dizem os órgãos públicos
Ainda na tarde de terça-feira, 27, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) disse que recebeu duas representações e que o caso será tratado pelo promotor Guilherme Schmitt, titular da 2ª Promotoria. O contexto das denúncias, no entanto, ainda não foi detalhado.
A prefeitura e a Assistência Social de Blumenau informaram que não havia nenhuma denúncia recebida ou apuração aberta para identificar a veracidade do projeto. Segundo assessoria da prefeitura, a ONG não é cadastrada na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e nem recebe recursos junto à prefeitura.
Já a Arquidiocese de Blumenau, por meio do padre Raul Kestering, que assessora as entidades, respondeu também que não tem conhecimento do “Alimentando Necessidades” no município.
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