A primavera deverá ter chuva irregular mais uma vez, assim como ocorreu nos anos de 2020 e 2021
Começa às 22h04 desta quinta-feira (22), a estação das flores, a primavera, com a influência mais uma vez do fenômeno La Niña. Com isso a estação será marcada por variações no tempo.
No início da primavera, os dias terão aproximadamente a mesma duração das noites. No Hemisfério Sul, os dias vão ficando cada vez mais longos e as noites cada vez mais curtas, até o dia com maior presença do Sol no ano, que ocorre no início do verão, que em 2022 será em 21 de dezembro às 18h48 (horário de Brasília).
Nesse sentido, a estação começa com o Pacífico Equatorial sob condições de La Niña pelo resfriamento das águas e a alteração no regime de vento da região. A primavera de 2022 será a terceira seguida que vai transcorrer com o fenômeno La Niña atuando, uma preocupação a mais para a agricultura do Sul do Brasil.
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A última semana do inverno teve anomalia de temperatura da superfície do mar de -0,9ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. Que é usada para definir se há El Niño ou La Ninã. O valor está no limite superior da faixa de fraca intensidade e muito próximo do patamar de La Niña moderado.
Contudo, já o Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, que costuma impactar as precipitações no Sul do Brasil, apresentava anomalia de -0,8ºC, igualmente no terreno de fraca intensidade.
Primavera com chuvas irregulares
A estação deverá ter chuva irregular mais uma vez neste ano. Assim como ocorreu nos anos de 2020 e 2021 com impacto na cultura de milho e alto risco de quebra de produtividade em muitas áreas.
Espera-se uma grande variabilidade das precipitações de região para região. Desse modo a distribuição da chuva com tendência de volumes abaixo a muito abaixo da média histórica durante grande parte da primavera no Sul do Brasil. Episódios de chuva volumosa e intensa regionalizados acontecerão com acumulados de precipitação muito altos em curto período. Mesmo com o Pacífico sob La Niña, mas, no geral, a estação deve terminar com precipitação abaixo dos padrões históricos na maior parte do Sul do país.
A exceção pode ficar para pontos do Leste e do Nordeste de Santa Catarina e do Leste do Paraná. Nas principais áreas agrícolas da região, a perspectiva é muito negativa e o verão pode começar com déficit hídrico e umidade deficiente no solo.
Historicamente, os efeitos do fenômeno La Niña na chuva são sentidos mais no final da primavera e no começo do verão. Por isso, a MetSul Meteorologia alerta que à medida que o verão se aproxima, a irregularidade da chuva tende a se acentuar e algumas áreas do território gaúcho podem enfrentar maior déficit hídrico, com ameaça de prejuízos em lavouras de ciclo precoce como as de milho.
Nesse sentido, no Brasil Central, por sua vez, espera um padrão mais chuvoso que a média em muitas áreas na primavera deste ano. Particularmente no Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, a chuva será mais variável com precipitações acima e abaixo da média na estação conforme a área do estado.
Temperaturas mais altas
Como estação de transição para o verão, na primavera aumenta a frequência de dias de calor e diminui os de frio. Assim, o começo da estação ainda tem características mais amenas e até com frio em alguns dias. Ao passo que o final já tem padrão típico de verão. Por fim, os dias de calor aumentam, especialmente entre novembro e dezembro, quando algumas jornadas são muito quentes com possibilidade de ondas de calor e marcas perto ou acima de 40ºC.
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