Produto chegou a subir 80% em 2022
Com o fim do período da seca tudo leva a crer que a fase mais crítica da alta no preço do leite já passou. Pelo menos é o que apontam alguns especialistas.
Após o produto ter tido uma suba de 80% em 2022, o preço começa a dar sinais de normalização, tendo uma queda de 17% durante esse mês de agosto, após atingir um aumento de 25% em Julho no varejo, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Embora os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontem a redução de 17%, o pesquisador Samuel José Magalhães Oliveira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite aponta que os preços não devem retornar aos níveis anteriores aos da pandemia. Porém, boa parte dos custos extra devem passar.
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Oliveira explica que a elevação vertiginosa dos preços foi fruto de uma combinação de fatores atípica. Vão desde as quarentenas impostas como medidas sanitárias, e as perdas de safras de grãos brasileiras usados para alimentar o gado. Somam-se a isso a dificuldade de importar devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia – dois grandes exportadores mundiais – além do aumento na gasolina que encarece o frete.
Segundo o pesquisador outro grande problema foi também a redução na oferta por parte dos produtores. Em 2021 a demanda pelo leite ainda não havia retomado aos patamares de hoje, porém os custos de produção já apresentavam uma grande alta. O resultado disto foi que muitos produtores desistiram do negócio, fazendo com que a oferta deste ano diminuísse.
Contudo, apesar dos altos preços, o leite ainda falta na prateleira do mercado, com uma taxa de ruptura de 22,7% segundo a consultoria Neogrid, que monitora o estoque das maiores redes de supermercados do país.
Tamanha demanda, altos preços e redução nos custos de produção fez com que os produtores voltassem a se interessar pelo negócio. “Poucas vezes houve um estímulo tão forte via preço para o aumento da produção como neste meio de ano”, concluiu Samuel José Magalhães Oliveira.
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