Em alguns casos, os prejuízos podem ultrapassar R$ 100 mil.
Nesta semana, foi divulgado que uma empresa do ramo imobiliário de Pomerode está sendo investigada pela Polícia Civil por aplicar golpes. A princípio, ela estava fraudando financiamentos imobiliários e posteriormente se passando por representantes da Caixa Econômica Federal.
De acordo com as informações do Jornal de Pomerode, o Dr. Antônio Godoi, delegado de Pomerode, informou que as vítimas foram até a delegacia fazer uma denúncia de que haviam caído em um golpe.
“A empresa se dizia credenciada da Caixa e, inclusive, em seu portfólio, utilizava a logo do banco junto à sua e vendia esse assessoramento às vítimas.
Os responsáveis pediam um valor de entrada para conseguir dar continuidade aos trâmites burocráticos, a fim de que o imóvel fosse efetivamente negociado, mas esse financiamento nunca acontecia”, disse Godoi.
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A desconfiança de que haviam caído em um golpe apareceu depois de perceberem a ausência de documentos que comprovassem o financiamento. Ou seja, a compra do imóvel.
“Com o passar do tempo e muitas cobranças depois, as vítimas procuraram a delegacia, porque a empresa não dava continuidade aos trâmites e inventavam diversas desculpas.
Uma das partes chegou a procurar a Caixa Econômica para saber sobre o seu processo de financiamento e tomou conhecimento de que a empresa em questão não tinha nenhuma ligação e nem autorização para realizar qualquer tipo de serviço em nome do banco.
Isso, com certeza, levantou uma suspeita muito grave”, continuou o delegado.
Por conta do tipo de golpe, é bem possível que existam outras várias vítimas que acabaram por cair nele, informou o profissional.
“O que pudemos observar é que as vítimas pediam ressarcimento do valor pago à empresa, porém, mais uma vez, muitas desculpas eram ouvidas, além de não receberem o dinheiro de volta.
Extraoficialmente, sabemos que existem mais pessoas lesadas, mas ainda não se dirigiram à delegacia na esperança de receberem o dinheiro de volta.
No entanto, reforço que se trata de uma investigação de estelionato e as vítimas precisam realizar o boletim de ocorrência.
Cada caso será investigado de forma individual e não descartamos que outros crimes possam ter sido cometidos por parte desta empresa”, relata.
Nesse ínterim, segundo as investigações, por vítima, os prejuízos ultrapassam o valor de R$ 10 mil reais. Em alguns casos, podem ultrapassar R$ 100 mil.
“Também temos que ressaltar o fato de que as vítimas anteciparam o dinheiro que guardaram por anos para realizar o sonho da casa própria.
É um crime grave que está sendo investigado e vamos apurar todos os fatos, para dar andamento aos processos junto ao Judiciário”, conclui o delegado.
VÍTIMAS
Logo após a denúncia e uma investigação ser aberta, foi constatado de que mais pessoas haviam caído no golpe. Em conversa, ambas as vítimas relataram a forma com que a atuação funciona.
O Jornal de Pomerode não divulgou as identidades das vítimas para preservá-las. Segundo eles, uma das vítimas contou que, por conhecer a família que é proprietária do negócio, decidiu realizar o financiamento com a empresa.
“Depois do primeiro contato, a promessa era de aprovação de crédito e parcelas mais baixas. No entanto, para dar continuidade a essa proposta, precisavam de um valor de entrada o quanto antes. E foi o que eu fiz, paguei a eles e fiquei aguardando os próximos passos, que nunca aconteceram”.
Uma segunda vítima chegou a contar que os cancelamentos de reunião diretamente com a Caixa Econômica era uma das justificativas do atraso da negociação.
“Essa era uma das desculpas, pandemia e reuniões adiadas na agência bancária. Inclusive, com contato via WhatsApp, com números diferentes e outro DDD para justificar esses cancelamentos.
Como ficou muito suspeito, procurei a Caixa pessoalmente e minha surpresa foi de que não havia nenhum processo de pedido de financiamento em meu nome e que a empresa tampouco tinha autorização para negociar em nome do banco”.
As vítimas relatam que quando a empresa era cobrada, uma promessa de ressarcimento do valor já pago era efetuada.
“E as promessas continuavam, mas o dinheiro nunca entrou na conta, nunca voltou para nós. A empresa alegava que a própria Caixa precisava autorizar essa devolução e, por isso, a demora. O sonho da casa própria se tornou um pesadelo”.
ESCLARECIMENTO
Logo após todo o caso, a Caixa Econômica Federal soltou um parecer e informou que existe apenas um correspondente ativo na cidade.
Esse correspondente é o escritório da empresa Doce Lar. O estabelecimento fica localizado no centro de Pomerode, sendo ela a única autorizada a efetuar financiamentos pelo banco.
Finalizando, a Caixa informou que as lotérica também podem realizar o procedimento, porém em Pomerode não efetuam o serviço.
COMO AJUDAR ?
Em qualquer dúvida de ter sido vítima de estelionato, seja por parte de alguma empresa que não seja a única credenciada à Caixa Econômica Federal em Pomerode, a orientação é de que se dirija à Delegacia de Pomerode, para realizar um Boletim de Ocorrência, a fim de investigar o caso.
O atendimento ao público acontece de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h.
IINFORMAÇÕES: JORNAL DE POMERODE
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