No total, os contratos disponíveis no portal da prefeitura ultrapassam a cifra de R$ 2,3 milhões.
No último sábado (28), a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, anunciou o cancelamento do show do cantor Gusttavo Lima.
De acordo com as informações, ele iria se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos. O show custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão.
À primeira vista, o contrato do show do Gusttavo Lima, o mais caro, ainda previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor “no melhor hotel da região” e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil.
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Além disso, o executivo deveria fornecer o transporte do local para o artista, músicos, técnicos e produção.
A princípio, o documento assinado com a empresa do cantor estabelecia que o pagamento do show fosse efetuado em duas parcelas, uma no ato da assinatura do contrato, datado de 11 de abril de 2022, e outra até o dia 15 de junho de 2022.
Ou seja, mesmo com o cancelamento do show pago com a verba que deveria ser destinada para saúde, educação e infraestrutura, o cantor Gusttavo Lima tem direito a ficar com R$ 600 mil devido a cláusulas previstas por contrato.
Em nota, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro informou que, diferente do previsto por contrato, “não houve pagamento aos artistas”, já que, ainda de acordo com o executivo municipal, “o contrato administrativo, ao contrário das relações civis, exige procedimentos prévios ao pagamento, que não foram supridos”.
Procurada, a assessoria de imprensa de Gusttavo Lima ainda não respondeu sobre a situação da verba.
Segundo o município, a ideia do evento é atrair turistas, “fazendo assim com que a cidade receba de volta o investimento quase que na sua totalidade em geração de renda, seja no comércio local, nos meios de hospedagem, nos bares e restaurantes, postos de gasolina, padaria, aluguel de casas, locação de espaços públicos, dentre outros, impulsionando a diversificação da economia local”.
A Prefeitura de São Luiz, o menor município do estado, contratou o cantor por R$ 800 mil para uma apresentação em dezembro deste ano. O município tem cerca de 8 mil habitantes.
Na última quinta-feira (26), Gusttavo Lima disse que “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”.
A polêmica sobre cachês pagos por prefeituras começou quando o sertanejo Zé Neto criticou a Lei Rouanet em um show bancado com verba municipal.
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