As fragatas serão baseadas no projeto alemão MEKO, já utilizado em 82 embarcações em operação em marinhas de 15 países.
Dois anos e meio após assinar um contrato de US$ 1,6 bilhão (quase R$ 9 bilhões) com a Emgepron, o Consórcio Águas Azuis vai começar a construir em Itajaí a primeira de quatro fragatas classe Tamandaré.
A princípio, a produção das embarcações promete revolucionar não apenas o poderio militar brasileiro no Oceano Atlântico, mas todo o cluster naval dos arredores da foz do Rio Itajaí-Açu.
O mesmo ainda busca uma recuperação após o baque causado desde 2014 pela crise na Petrobras e pela queda mundial do preço do petróleo.
A última fragata será entregue em 2029, mas desdobramentos do projeto devem continuar a movimentar a região ao longo de todo o ciclo de vida traçado para as embarcações, entre 35 e 40 anos.
>> LEIA MAIS: Cachorro é resgatado de dentro de carro em Balneário Camboriú
A base do projeto será o thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS), como foi rebatizado o estaleiro Oceana, adquirido em Itajaí pela empresa alemã em 2020.
De acordo com as informações, antes mesmo de começar a construir, o Águas Azuis já se tornou o segundo maior arrecadador de ISS de Itajaí, atrás de uma importadora e à frente da APM Terminals, principal arrendatária do Porto de Itajaí.
CARACTERÍSTICAS DAS FRAGATAS CLASSE TAMANDARÉ
- 107,2 metros de comprimento
- Boca máxima de 15,95 metros
- Deslocamento de 3,5 mil toneladas
- Sensores de última geração
- Lançadores de mísseis e torpedos
- Recursos stealth, de redução de visibilidade ao radar
- Capacidade para 136 tripulantes, um helicóptero e um drone
A produção será feita com pelo menos 30% de conteúdo local na primeira unidade e 40% a partir da segunda.
Assim, proporcionará uma gradual transferência de tecnologia em engenharia naval para a fabricação de navios militares e sistemas de gerenciamento de combate e de plataforma em solo brasileiro.
As fragatas serão baseadas no projeto alemão MEKO, já utilizado em 82 embarcações em operação em marinhas de 15 países.
“Tão importante quanto o movimento econômico do projeto é que ele traz tecnologias que colocam Santa Catarina no estado da arte do setor”, diz Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC, que trabalha para a aproximação da indústria do Estado com as Forças Armadas (leia o box).
A percepção é compartilhada pelas empresas do setor naval.
“O projeto vai trazer emprego, renda, conhecimento e novas empresas, fomentando a criação de um cluster tecnológico naval”, afirma Leonardo Campos Freitas, assessor executivo do Sindicato das Indústrias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin).
Dois mil empregos diretos e 6 mil indiretos devem ser gerados no auge da produção das fragatas.
Informações: Visor Notícias
Sugestão de pauta