Neste artigo você poderá conhecer algumas dicas, caso se depare com uma situação envolvendo abelhas.
Os enxames de abelhas nesse período do ano, só aumentam. O Corpo de Bombeiros recebe diariamente, várias ligações sobre situações envolvendo abelhas. Sempre é importante lembrar para não matá-las, pois são muito importantes para o equilíbrio do meio ambiente.
Se você encontrar um enxame de abelhas instalado em algum ambiente ou em local que não deveriam estar, não tente mexer. Porém, você deve ligar para um apicultor ou, em caso de não ter contatos, a central dos bombeiros disponibilizará. Emergência ligue ☎ 193.
Vamos conhecer um pouco mais sobre elas?
Segurança com abelhas
As abelhas não são agressivas, são defensivas. O ataque de abelhas nada mais é do que a defesa da colmeia (família) posta em prática.
A intensidade com que as abelhas defendem sua colmeia depende de fatores genéticos e principalmente do estágio de desenvolvimento da colônia, quanto mais “forte” a colônia melhor é seu sistema de defesa.
O maior número de casos de acidentes tem ocorrido em áreas urbanas, com abelhas que podem estar alojadas em caixas localizadas muito próximo a áreas povoadas ou de transito de pessoas e máquinas, colocadas por apicultores amadores, enxames que estão instalados em sofá velho, caixas de papelão, etc. jogados em terrenos baldios, pedra, ocos de árvores, forro de casas e galpões, etc.
Estas colônias de abelhas poderão estar alojadas a bastante tempo sem ter causado problemas, porem principalmente no verão quando as colmeias estão populosas um ataque maciço das abelhas poderá ser
desencadeado a qualquer momento, devido a alguma perturbação como:
Vibração do solo por máquinas que estejam passando pela rua, barulhos, utilização da máquina de cortar grama, máquina de lavar roupa, liquidificadores, animais, e principalmente o contato com a colônia durante reformas, limpeza de terrenos, remoção de entulhos, terraplanagem, etc.
As abelhas só atacam para defender sua colmeia, ou seja, o local de sua moradia, família instalada, portanto quando as abelhas estarão visitando flores, refrigerantes ou outra fonte de açúcar, não haverá um ataque das abelhas, no máximo poderá ocorrer uma picada caso a pessoa comprimir a abelha. Se possível, esconda ou remova a fonte de substâncias açucaradas, isso evitará que a abelha recrute novas companheiras para a fonte e alimento.
Uma situação bastante comum, principalmente na primavera e verão, é o aparecimento repentino de um amontoado de abelhas, parecendo uma bola, expostas, em troncos de árvores, beirados de casas, varandas, etc. Neste caso
são famílias que estão de passagem em busca de um novo local para se instalar. Nestes casos, em que as abelhas não estão instaladas, dificilmente ocorrerá um ataque maciço das abelhas, porém é recomendado não se aproximar, fazer ruídos ou mexer nas abelhas, dentro de um prazo de no máximo uma semana, elas sairão do local seguindo seu destino. Caso esteja em local que precise de acesso, ou presença de crianças no local, ou muito próximo a animais presos é necessário contatar um profissional para remoção do enxame.
Fatores biológicos de defesa das abelhas
Na colmeia, a defesa das abelhas se organiza da seguinte forma:
– As abelhas vigilantes patrulham a entrada da colmeia e arredores, numa área correspondente ao seu território. Esta área pode variar de tamanho, conforme a população da colmeia. Quando não há perturbação esta distância
não passa de algumas dezenas de metros, porem quando por algum motivo já estão em estado de alerta o raio de patrulhamento e ação aumenta bastante.
– Sempre que as abelhas vigilantes identificam perigo nas proximidades, elas liberam um feromônio que é produzido na película externa da bolsa de veneno, erguendo o abdome expondo desta forma o ferrão, e batendo suas asas fazem a dispersão do cheiro que alerta as demais abelhas para organizarem a defesa da colmeia.
– Na ação de defesa, normalmente são as abelhas campeiras que interceptam os invasores. Por este motivo, recomenda–se manipular as colmeias nos horários em que as campeiras estão trabalhando a campo, evitando dias chuvosos ou nublados.
– O ferrão da abelha é um prolongamento do abdômen, é composto de uma bolsa de veneno, um conjunto de músculos e duas lancetas farpadas. Quando o ferrão é aplicado no invasor o ferrão fica preso a vítima,
a bolsa de veneno fica junto com o ferrão e o cheiro do alarme continua sendo liberado, atraindo outras abelhas para o ataque.
– A abelha morre após ferroar, visto que o ferrão é um prolongamento do abdômen, que se rompe no momento em que a abelha abandona a vítima, deixando o ferrão.
– O conjunto de músculos do ferrão serve para acionar as lancetas do ferrão em movimento cadenciado de penetração. Normalmente o ferrão continua penetrando na vítima e liberando o veneno por algum tempo. Por isso
é importante extraí-lo imediatamente, e disfarçar seu cheiro, aplicando uma baforada de fumaça sobre o local, evitando, assim, sua penetração e também futuras picadas.
Efeitos do veneno das abelhas e sintomas nas vítimas
O veneno das abelhas é produzido pelas operárias a partir dos três dias de idade, em glândulas especiais situadas junto à bolsa de veneno, e tem dois efeitos específicos: o alérgico e o tóxico.
Efeito alérgico
Depende da sensibilidade da vítima aos componentes do veneno. Uma pessoa não alérgica que recebe uma ou poucas ferroadas, normalmente, apresenta reação alérgica localizada, com dor imediata, mancha circular
avermelhada em torno do ferrão introduzido na pele, acompanhada de inchaço, calor e coceira, que podem durar por várias horas. Alguns casos podem apresentar náuseas e vômitos de curta duração e pouca importância.
Pessoas alérgicas a apitoxina, dependendo do grau de sensibilidade, apesar de uma ou poucas ferroadas, a pessoa pode apresentar reação alérgica severa. Os sintomas se apresentam através de coceira generalizada e inchaço
por todo o corpo (inclusive lábios e pálpebras), mal-estar geral, tonturas, aparecimento de manchas avelhadas, acompanhadas de coceira em diversas partes do corpo, arroxeamento dos lábios, falta de ar, podendo ocorrer parada
respiratória e choque anafilático, e principalmente fechamento da glote causando dificuldades para respirar. Nesse caso, há risco de morte para o paciente. Aconselha-se procurar assistência médica o mais rápido possível.
Efeito tóxico
O efeito tóxico é proporcional à quantidade de picadas sobre a vítima, mesmo quando esta não é alérgica. Começa a se manifestar a partir de algumas dezenas de picadas, tornando-se grave a partir de centenas.
Para vítimas que recebem centenas de picadas, além do efeito alérgico intenso nos locais das picadas, haverá a manifestação severa do efeito tóxico.
Pode haver a destruição dos glóbulos vermelhos, hemorragias, comprometimento do fígado, rins, coração e sistema nervoso central, podendo apresentar os mais variados sintomas: perda de consciência, insuficiência renal
e parada respiratória. Aconselha-se procurar um médico sem perda de tempo.
Normalmente, em média, 500 ferroadas matam uma pessoa de 65kg.
O que fazer em caso de ataque de abelhas africanizadas?
Após desencadear o ataque as abelhas atacam indiscriminadamente a todos que estiverem nas redondezas.
Em abelhas africanizadas o ataque maciço ocorre de 10 – 20 segundos após as primeiras abelhas efetuarem o ataque, por esse motivo se recomenda afastar-se da colmeia o mais rápido possível.
Os ataques com consequências graves sempre ocorrem quando não há possibilidade da vítima se afastar rapidamente por fatores como, terreno que dificulta o deslocamento, pessoas idosas, pessoas operando maquinários,
animais presos, etc.
– Ao ver alguém sendo atacado por abelhas, sugira que corra o mais rápido possível e socorra-o quando estiver protegido com uma coberta ou algo parecido, ou a uma distância segura, onde já não se observe abelhas
sobrevoando;
– Em caso de ajudar outra pessoa, proteja-se adequadamente para que não venha a ser outra vítima no momento de ajudar o acidentado, primeiro proteger a si, para depois poder ajudar o outro, do contrário ficarão os dois em
situação difícil;
– Se a vítima receber grande número de picadas chame o serviço de emergência medica para que a pessoa atacada receba os devidos cuidados;
– Independentemente do número de ferroadas, se estiver se sentindo mal (queda de pressão, falta de ar, aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo, ou outro sintoma), procure atendimento médico imediato. Você
pode ser alérgico e precisará de atendimento rápido.
Primeiros socorros
Quando já estiver em segurança, fora do raio de ação das abelhas, proceder conforme descrito abaixo:
– Retirar imediatamente os ferrões para evitar que todo o veneno seja injetado na vítima. Para isso, não utilizar o dedo ou pinça, a fim de não comprimir a bolsa de veneno. Recomenda-se retirar os ferrões com o auxílio de uma lâmina de canivete ou faca, raspando cuidadosamente rente à pele;
– Lavar abundantemente os locais atingidos com água corrente, sem esfregar a pele para não espalhar mais rapidamente o veneno;
– Aplicar bolsas de gelo no local das picadas para diminuir o inchaço.
– Aplicar no local das ferroadas, sem esfregar, uma pomada com antialérgico e analgésico para amenizar as dores. Se houver, usar como substituto da pomada o leite de mamão, que também possui efeito anestésico,
aliviando as dores;
– Nos casos de pessoas alérgicas e nos pacientes que não estão passando bem, administrar um comprimido de antialérgico, em casos mais severos antialérgico injetável.
Importante:
• Quando o número de ferroadas for grande ou se tratar de pessoa alérgica ao veneno das abelhas, mesmo prestados os primeiros socorros, deve-se encaminhar imediatamente a pessoa para cuidados médicos.
Ao instalar o apiário o apicultor deve observar as seguintes distâncias de habitações, estradas, animais presos e locais de circulação de pessoas:
– Apiários com até 10 colmeias: 150 metros quando existir uma barreira com florestas ou outras e 300 metros em locais sem barreiras.
– Apiários com mais de 10 colmeias: 200 metros quando existir barreira e 300 metros em locais sem barreiras.
Obs. As distâncias acima mencionadas foram definidas por convenção entre técnicos e representantes de apicultores em reunião realizada no período de 28 a 30 de março de 2015.
Algumas recomendações em casos de enxames de abelhas instalados em locais que podem ocorrer acidentes
– Se há abelhas na residência ou local próximo, mas não atacaram ninguém, é recomendável contatar um apicultor para a retirada da colmeia (Não mexer com abelhas se não for apicultor ou não tiver conhecimento);
– Enxames localizados em locais altos como em telhados dificilmente desencadeiam ataques, pois elas não se estressam com barulho de cortador de grama ou outros e o mais importante, ninguém mexe com elas
acidentalmente como por exemplo em terrenos baldios onde se faz roçadas ou limpeza com máquinas;
– Se não tiver conhecimento técnico sobre apicultura, nem equipamento de proteção apropriado, não tente remover enxames ou tirar mel, principalmente no ambiente urbano, pois isso pode causar um ataque na vizinhança
– Se houver risco de ataque das abelhas, deve-se acionar o Corpo de Bombeiros – As abelhas atacam quando se sentem ameaçadas. Portanto, muito cuidado ao avistar um enxame de abelhas, ruídos, tremores, vibrações,
movimentos rápidos chamam a atenção das abelhas;
– Oriente a todos a não se aproximarem ou provocarem as abelhas jogando pedras e de outra forma;
– Acidente com enxames localizados nem áreas urbanas normalmente atacam as pessoas sempre que forem importunadas, principalmente em épocas do ano em que a colônia está populosa
– Nunca subestimar uma colônia de abelhas, especialmente as colmeias populosas.
Dados fornecidos pelo Chefe da Divisão de Estudos Apícolas da EPAGRI, Rodrigo Cunha.
Sugestão de pauta