Além do diretor, outras 17 pessoas envolvidas na operação tiveram os bens bloqueados por uma liminar da Justiça catarinense. O valor total da retenção é de R$ 14,7 milhões.
O atual consultor de empresas do ramo de saúde, Richard Da Silva Choseki, e outras 17 pessoas envolvidas na Operação Sutura tiveram os bens bloqueados por uma liminar da Justiça catarinense. O valor total da retenção é de R$ 14,7 milhões.
Durante a operação montada para combater o suposto desvio de dinheiro público da saúde, Richard chegou a ser preso preventivamente por 72 horas para interrogatório na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), em Florianópolis (SC).
Atualmente, o ex-diretor presidente do Instituto Vidas de Assistência à Saúde estaria prestando apenas serviços de assessoria na área.
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Um dos clientes dele seria o Hospital e Maternidade Dona Lisette (HMDL), em Taió, no Alto Vale do Itajaí (SC). Instituição esta que Choseki controlava enquanto duraram os convênios com o Vidas.
O sistema gerencia outras cinco unidades hospitalares no estado, além de cinco unidades de pronto atendimento e outros serviços especializados, de acordo com informações do site que a entidade mantém na internet.
Em contato com o Portal Misturebas, o Hospital e Maternidade Oase de Timbó enviou uma nota sobre o assunto:
Referente a notícia divulgada pelo Ministério Público de Santa Catarina sobre o bloqueio dos bens de Richard Choseki, segue nota da assessoria jurídica:
“Ainda não fomos intimados da decisão, mas ao consultá-la é possível perceber vários erros que precisam ser revistos e serão objeto do recurso que já está sendo preparado. Novamente o judiciário deixou de praticar a proporcionalidade e não observou que Richard Choseki esteve vinculado ao Instituto Adonhiran apenas nos três primeiros meses, dos cinco anos que compõem a denúncia, e conforme consta nos autos os valores vultuosos e que não tiveram as prestações de contas apresentadas foram aqueles relativos aos anos de 2013 em diante, ou seja, período que o Richard Choseki já nem mais é investigado.”
ASSESSORIA DA REDEH
Como o hospital de Taió já havia dito que Choseki frequenta a instituição, houve um questionamento por aplicativo de mensagem instantânea à assessoria de imprensa da Redeh “Qual a atividade dele por lá?”
Cerca de uma hora depois, a assessora escreveu confirmando a atuação dele na unidade hospitalar taioense, mas, frisou que, presta assessoria ao Hospital Dona Lisette, como qualquer outro prestador de serviço.
BENS
A retenção dos bens (R$ 14,7 milhões) dos 18 envolvidos na Operação Sutura é uma estratégia para garantir o ressarcimento aos cofres públicos dos prejuízos causados pelo grupo e das multas em caso de condenação, informa o Ministério Público.
O judiciário concedeu a liminar do bloqueio milionário a pedido da 1ª Promotoria de Justiça de Balneário Piçarras, litoral do estado.
Conforme a denúncia, a fraude envolveu o Instituto Adhoniran de Assistência à Saúde, a prefeitura de Penha e o Hospital Nossa Senhora da Penha. Além de ter envolvimento com a Clínica Saúde e Vida Diagnóstico Ltda, o Centro Médico Coper-Vida Ltda e a empresa Plano Med Representações Ltda, no período de 2011 a 2016.
A investigação da Polícia Civil de Santa Catarina concluiu que os réus conseguiam forjar prestações de serviços de saúde da clínica e do hospital ao Município pagos por meio do convênio com o Instituto Adonhiran.
A Operação Sutura também constatou o pagamento de contas superfaturadas e de serviços não executados ao Centro Médico Coper-Vida e à Plano Med Representações, empresas administradas por Richard Choseki, por meio do mesmo esquema, informa o Ministério Público.
Choseki nega o envolvimento, conforme nota reproduzida acima.
R$ 2,4 milhões: dinheiro desviado era repartido
A lista de acusados inclui um ex-prefeito, dois ex-secretários municipais de saúde e seis ex-servidores que ocuparam cargos comissionados que lhes permitiam aprovar a prestação de contas em convênios com a administração pública.
De acordo com o Ministério Público:
“os réus teriam usado de seus cargos públicos e de suas posições nas instituições conveniadas para embolsarem R$ 2.452.847,10 dos cofres municipais e, com isso, enriquecerem ilegalmente às custas do erário.”
Além da acusação de “enriquecimento ilícito”, as investigações apontaram que houve “danos ao erário do Município de Penha por atos de improbidade administrativa”.
A promotoria acusa: “o dinheiro desviado era dividido entre os envolvidos”.
Da decisão, cabe recurso.
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