A ex-funcionária do Facebook também considera perigoso o uso de ferramentas do metaverso em ambientes de trabalho.
Em uma audiência do Parlamento Europeu, foi afirmado que um dos problemas do universo virtual planejado pela empresa de Mark Zuckerberg é a necessidade dos usuários terem que compartilhar ainda mais dados.
“Estou extremamente preocupada com o metaverso, em parte porque acho que ilustra um ‘metaproblema’ do Facebook, que é que eles realmente gostam de seguir em frente”, disse Haugen, indicando que a empresa não trata adequadamente de questões controversas.
A ex-engenheira do Facebook voltou a afirmar que a empresa prioriza o crescimento em vez de garantir que seus produtos são seguros, como fez em outubro.
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Ela também questionou o plano da companhia de contratar de milhares de funcionários para desenvolver sua ideia de metaverso.
“Considero inaceitável e injusto o fato de que eles podem pagar 10 mil engenheiros para construir videogames quando supostamente não podem pagar 10 mil engenheiros trabalhando em nossa segurança”, afirmou.
A ex-funcionária do Facebook também considera perigoso o uso de ferramentas do metaverso em ambientes de trabalho.
Segundo ela, os funcionários que não se sentirem confortáveis em compartilhar mais dados com o Facebook podem não ter opção a não ser seguir o que foi determinado por seus empregadores.
O depoimento da ex-funcionária do Facebook aconteceu em um momento em que legisladores da União Europeia estão debatendo uma nova lei de serviços digitais (DAS) proposta pela chefe antitruste da organização, Margrethe Vestager.
O projeto de regras da Europa exigindo que as empresas de tecnologia façam mais para combater o conteúdo on-line ilegal é visto por Haugen como um padrão a ser seguido no mundo.
“A lei de serviços digitais que está agora perante este Parlamento tem o potencial de ser um ‘padrão ouro’ global”, disse Haugen.
Ela declarou que as regras poderiam inspirar outros países, incluindo os EUA, mas seria necessário uma “lei forte e aplicação firme”. Para Haugen, essa seria uma chance de “alinhar o futuro da tecnologia e da democracia”.
O depoimento de Haugen ao Parlamento Europeu acontece poucos dias após o Facebook anunciar que sua controladora será chamada de Meta.
O nome substituiu o Facebook Inc. e será usado para se referir à empresa responsável por aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp, além da marca de dispositivos de realidade virtual Oculus.
“O Facebook é um dos produtos mais usados na história do mundo. É uma marca icônica de rede social”, disse Zuckerberg ao anunciar a mudança. “Mas cada vez mais, não engloba tudo o que fazemos”.
A mudança ocorre após Haugen liderar o vazamento de vários de documentos internos da empresa, caso que ficou conhecido como “Facebook Papers”. O material revelou que o Facebook sabia que radicalizava seus usuários e que o Instagram é “tóxico” para adolescentes.
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