De acordo com o delegado da polícia civil de Guaramirim – SC, sem exame não se comprova crime.
Um caso de estupro registrado em Guaramirim, no Norte de Santa Catarina, na noite de sexta-feira (17), acendeu mais um alerta: o da importância da realização de exames para comprovação de crimes graves.
O homem que foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (17), em Guaramirim, por estuprar uma mulher de 31 anos, foi liberado. Conforme a PM, uma vizinha relatou ter ouvido a vítima gritar por socorro e após alguns instantes, teve a impressão de que ela foi sufocada devido a voz ter ficado abafada.
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A guarnição foi até a residência e foi atendida pelo homem de 41 anos que se recusou a abrir a porta. Os policiais viram a mulher aparentemente desorientada e arrombaram a porta. A vítima estava com diversas marcas no pescoço.
A vítima contou para a polícia que foi fazer uma visita ao amigo e após tomar bebida alcoólica, ele a agarrou pelo pescoço e a forçou a atos sexuais. No entanto, ao ser encaminhada ao hospital para realizar o exame de conjunção carnal, prova que seria anexada ao inquérito e poderia então manter o acusado preso em flagrante, ela se recusou.
“Sem o exame não se comprova o crime”, disse Brandão.
O homem foi liberado e o caso, que foi atendido pelo plantão, será encaminhado à delegacia de Guaramirim. Mas o delegado ressalta que a investigação fica prejudicada sem o exame pericial.
O delegado Augusto Brandão reforça a importância da realização de todos os exames para a comprovação de crimes graves, como o estupro.
“É um crime grave demais, aí o crime fica sem materialidade. O autor foi liberado porque a polícia não tinha como mantê-lo preso. Essa é a importância do laudo pericial, seja em caso de lesão ou de estupro, como no caso dessa noite, é com o exame você atesta a materialidade do crime e, sem isso, acaba-se perdendo a possibilidade de lavratura de flagrante ou mesmo de se comprovar o crime através de uma investigação em inquérito policial. Em crimes que deixam vestígios, o exame é imprescindível”, explica.
“Como não foi feito flagrante, o boletim vai para Guaramirim, o que mais precisávamos era do laudo. Depois de um tempo some a lesão, some a prova de conjunção carnal”, finaliza.
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