Um pedaço de mim foi embora, nenhuma mãe deveria perder um filho, conta Dorita
As chuvas torrenciais que assolaram Santa Catarina na última quarta-feira (16) deixaram um cenário desolador e de destruição na cidade de Presidente Getúlio. Até o momento, já foram computadas 12 vítimas fatais e nove ainda estão desaparecidos. As equipes de socorristas seguem nas buscas. Porém, em meio a todo esse cenário de destruição que se abateu sobre a cidade, a comovente história de Dorita Wiese de 55 anos se destaca.
Dorita Wiese perdeu nesta tragédia nove pessoas da família. Filho, nora, mãe, sobrinho e irmãos. “Por que Deus permitiu isso? Minha família sempre foi unida, de pessoas boas…Por que a minha?”, clamava Dorita em busca de uma resposta em entrevista ao Portal NSC. Dorita não estava com a família no momento da enxurrada, porque ela estava no trabalho no momento da tempestade.
Ela trabalha em uma malharia na cidade e, na quarta-feira (16), ela saiu do serviço após as 22h e não conseguiu chegar em casa, devido aos inúmeros pontos de alagamentos da cidade. Com a chuva ganhando força, ela decidiu buscar abrigo na casa de amigos. Na manhã de quinta-feira (17), ela seguiu para casa pra ver se estava tudo bem, porém, durante o caminho, ela se encontrou com os bombeiros levando uma pessoa. Ao verificar, viu que era sua cunhada, Francielli Wiese, que infelizmente não resistiu e faleceu algumas horas depois no hospital.
Além da cunhada, o irmão de Dorita, marido de Francielli, também faleceu. Segundo relatos, momentos antes de serem arrastados, eles estavam na varanda da casa pedindo socorro com a luz da tela do celular. O casal estava junto com os dois filhos de 5 e 13 anos. A menina de 13 anos conseguiu se salvar, mas o irmão de 5 anos foi arrastado com o pai e a mãe.
Na casa de frente morava a mãe de Dorita. Toda a casa foi completamente arrastada pela enxurrada, sobrando apenas uma grande árvore. Mais abaixo, na rua, uma casa estava intacta, onde morava o filho o filho mais novo de Dorita, Andrei Bozan, de 28 anos. Ele e a esposa, Bruna Bozan, tentaram fugir do local, mas foram arrastados pela correnteza.
Um pedaço de mim foi embora, Nenhuma mãe deveria perder um filho. Ele era tudo na vida da gente. Trabalhador, queria terminar a casa e ter filhos. Dava banho no pai todos os dias, que é acamado.
Ainda o irmão, Dieter Wiese de 50 anos, a mulher, Adriana Wiese e o filho de 17, sumiram depois de terem a casa destruída. Toda a família vivia na Rua Getúlio Vargas, que foi a mais afetada pelas chuvas.
Além do município, outras cidades catarinenses foram impactadas pelas chuvas, mas em uma proporção bem menor.
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