Grupo também incendiou veículos nos acessos da cidade, fez reféns e atacou um Batalhão de Polícia Militar
Por volta das 23h40 de segunda-feira, 30 de novembro, um grupo de criminosos fortemente armados iniciou uma sequência de ataques e crimes no município de Criciúma.
Inicialmente, parte do grupo atacou o 9º Batalhão da Polícia Militar. Eles incendiaram um caminhão em frente ao batalhão e realizaram diversos disparos contra a edificação. Um veículo também foi atravessado no túnel do Morro do Formigão, na BR-101, em Tubarão.
Após os ataques e bloqueios para impedir a ação da polícia do município e de reforços de cidades vizinhas, o grupo se dirigiu ao Centro do município, momento em que se depararam com uma equipe de Rádio Patrulha e outra do Pelotões de Patrulhamento Tático (PPT), que estavam em rondas. Houve uma intensa troca de tiros e um policial acabou sendo baleado.
O soldado Jefferson foi resgatado e encaminhado ao Hospital São José, onde passou por três cirurgias e segue internado em estado grave.
Após a troca de tiros, o grupo tomou conta do Centro da cidade, fazendo de reféns seis trabalhadores do Departamento de Trânsito e Transporte de Criciúma, que estavam realizando trabalhos de revitalização próximo à agência do Banco do Brasil.
Os criminosos encapuzados renderam os trabalhadores e os obrigaram a ficar sem camisa sentados em uma faixa de pedestres próximo a agência, com o objetivo de impedir a aproximação da Polícia.
Após explodir os caixas e o cofre da agência, parte dos reféns foram obrigados a auxiliar os criminosos a carregar os malotes de dinheiro até os veículos da fuga, enquanto os outros, permaneceram de “escudo humano” para impedir qualquer ação dos órgãos públicos.
Em entrevista ao G1, um dos reféns relatou que a situação durante o crime foi tranquila, os criminosos conversaram com eles tranquilamente, pedindo se existem bares legais para sair na cidade, se tem muitas mulheres bonitas e, inclusive, um deles alegou que iriam voltar ao município para gastar o dinheiro e aproveitar a cidade.
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Aproximadamente 2h após o início dos ataques, o grupo se evadiu em um comboio com 10 carros sentido o município de Nova Veneza. Segundo a Polícia, cerca de 30 criminosos participaram da ação. Eles utilizaram equipamentos e armamentos militares de grosso calibre, como fuzis de calibre 556, 762 e .50.
Conforme informações, diversos populares se dirigiram nas proximidades da agência e recolheram o dinheiro que ficou espalho no chão. No início da manhã, quatro homens foram presos pela Polícia em um apartamento nas proximidades da agência e com eles apreendido cerca de R$810 mil reais, que estavam em duas bolsas abandonadas pelos criminosos na fuga. Inicialmente, suspeita-se de que os homens não tenham envolvimento com a quadrilha e somente se aproveitaram da situação para furtar o dinheiro que foi deixado para trás. Eles foram encaminhados para a Delegacia e posteriormente ao Presídio.
Além dos mais de R$810 mil recuperados com os homens presos, os policiais recolheram aproximadamente R$300 mil que estavam no chão próximo a agência.
No início da manhã desta terça-feira, 01 de dezembro, os 10 veículos utilizados pelo grupo criminoso foram localizados em uma plantação de milho no município de Nova Veneza. Conforme o delegado regional Vitor Bianco, os carros utilizados são de “alta potência e grande valor comercial”, de marcas como Audi, Land Rover, BMW, Mitsubishi e Volkswagen.
Ainda conforme informações, baseando-se em manchas de sangue encontradas nos veículos utilizados na fuga, suspeita-se que pelo menos dois criminosos tenham sofrido ferimentos.
Diante de todos fatos, a polícia e demais órgão de segurança do Estado de Santa Catarina estão reunidos para realizar as devidas investigações que levem até os autores deste crime, que é considerado inédito no Estado.
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Em entrevista à GloboNews, o delegado Anselmo Cruz, titular da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina, relatou:
“É uma inédita ação aqui no estado. Nunca houve com essa dimensão, com essa violência e isso nós traz já, nos remete, a ser um pessoal de fora que tenha praticado o crime”.
Além de todo arsenal utilizado pelos criminosos, cerca de 30 quilos de explosivos foram deixados no Centro do município pelo grupo. Durante a manhã, uma equipe especializada realizou a desativação, remoção e a detonação dos explosivos em um local isolado e seguro.
Além de líderes dos principais órgãos de segurança do Estado, policiais de diversas regiões e equipes especializadas, o Governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, também se dirigiu a Criciúma e acompanha de perto o trabalho para solucionar o crime que aterrorizou a cidade durante a madrugada.
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