O governo brasileiro analisa ainda outras duas suspeitas, em São Leopoldo (RS) e Belo Horizonte.
A Secretaria da Saúde do Paraná informou nesta quarta-feira, 29 de janeiro, que descartou que a doença de um paciente internado em Curitiba seja coronavírus, conforme se suspeitava. Este é um dos três casos suspeitos monitorados pelo Ministério da Saúde. O governo brasileiro analisa ainda outras duas suspeitas, em São Leopoldo (RS) e Belo Horizonte.
O caso de Belo Horizonte foi o primeiro, de uma estudante de 22 anos que viajou para a cidade de Wuhan, na China, epicentro da doença.
Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o estado de saúde da paciente é estável. Após ser atendida na sexta-feira, dia 24, ela foi encaminhada a um hospital de referência e colocada em isolamento até o resultado de exames. Em Wuhan, a paciente afirma não ter ido ao mercado de peixes da cidade, nem ter tido contato com pessoas doentes. Cerca de 14 pessoas que tiveram contato com a paciente no Brasil estão sendo monitoradas.
Na terça, dia 28, os outros dois casos foram notificados. Segundo a prefeitura de São Leopoldo (RS), o paciente atendido na cidade é morador de Kunming, a 1.500 km de Wuhan, e chegou da China há quatro dias. Ele procurou a UPA após registrar febre e está em observação.
Atualmente, não há um teste rápido para o coronavírus, mas é possível fazer exames laboratoriais que verificam se o padrão do vírus é equivalente ao identificado na China. Os resultados devem ficar prontos até sexta-feira.
Ainda de acordo com o ministério, desde 18 de janeiro, ao menos outros nove casos de pessoas com sintomas respiratórios chegaram a ser notificados por secretarias de saúde para serem avaliados, mas nenhum se enquadrava na definição de casos suspeitos. Resultados de exames feitos nos pacientes também descartaram o quadro.
O Ministério da Saúde desaconselha viagens à China neste momento.
“Não sendo estritamente necessário, recomendamos que não façam viagens até que o quadro todo esteja bem definido”, afirma, citando a ausência de dados completos sobre a extensão da transmissão do novo coronavírus.
Na segunda-feira, dia 27, a OMS (Organização Mundial da Saúde) corrigiu a avaliação de risco diante do coronavírus de “moderado” para “alto”. A medida levou o Ministério da Saúde a atualizar a definição de casos de suspeita.
Antes, eram considerados suspeitos os casos de pessoas com sintomas respiratórios, como febre, tosse e dificuldade para respirar, e com histórico de viagens a região de Wuhan nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas.
Agora, passam a ser considerados como suspeitos aqueles com histórico à China ou contato com casos suspeitos ou confirmados em até 14 dias antes do início dos sintomas. O intervalo corresponde ao período de incubação do vírus -tempo entre infecção até o desenvolvimento dos sintomas.
Na última semana, o Ministério da Saúde ativou um centro de operações de emergência para monitorar o registro de possíveis casos. O centro, formado por especialistas em emergência em saúde pública, foi ativado em nível 1, entre três possíveis, o que indica um alerta inicial, visando a preparação da rede de saúde.
Com o registro de um caso de suspeita em investigação, o nível de alerta passa agora a nível 2, de perigo iminente do vírus chegar ao país. Se for confirmado algum caso, o nível 3 é acionado, e o governo declara emergência em saúde pública.
Segundo o ministro da Saúde, além dos casos notificados pelas secretarias de saúde, a pasta chegou a verificar 126 rumores de casos de coronavírus, mas nenhum estava nos critérios.
A recomendação para prevenção segue parâmetros semelhantes ao de outras infecções respiratórias, como evitar contato próximo com pessoas doentes e lavar as mãos com água e sabão.
Até a noite desta terça, já haviam sido confirmados mais de 5.000 casos do novo coronavírus, de acordo com dados da OMS. Destes, 4.537 ocorreram na China, com 131 mortes.
Fonte: NSC | Por Folhapress | Foto: Anthony Wallace / AFP
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