A embarcação, que havia sido tomada por marinheiros revoltosos, encalhou na foz do Rio Itajaí-Açu em 1893, há 126 anos.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou que a Superintendência do Porto de Itajaí arque com pesquisas de arqueologia subaquática na área onde naufragou o navio Pallas, que participou da Revolta da Armada no fim do século 19. A embarcação, que havia sido tomada por marinheiros revoltosos, encalhou na foz do Rio Itajaí-Açu em 1893, há 126 anos.
Os escombros foram descobertos durante as obras da nova bacia de evolução dos portos de Itajaí e Navegantes – a área de manobra dos navios. Em julho do ano passado o Porto de Itajaí informou a conclusão de um estudo, encomendado à Univali, que cruzou imagens feitas por mergulhadores com pesquisa histórica e documentos.
A conclusão foi que a embarcação estava muito degradada no fundo do rio. Por isso, na época, descartou-se a necessidade de pesquisa arqueológica. O argumento foi de que o custo seria alto, e a possibilidade de sucesso, remota.
O Iphan, no entanto, entende que é necessário o trabalho especializado para determinar o que pode ser preservado. A determinação veio de Brasília, onde corria o pedido do Porto de Itajaí, feito à Marinha, para a retirada dos escombros do fundo do rio.
O naufrágio
O Pallas era um navio frigorífico, que tinha sistema de conservação de carnes com amônia. Foi tomado como garantia de suprimento pelos marinheiros que se revoltaram com presidente, marechal Floriano Peixoto. As condições do naufrágio nunca ficaram bem explicadas. De acordo com os documentos da época, a noite em que ocorreu o incidente, em 25 de outubro de 1893, tinha boas condições de navegação e não houve vítimas. Como os responsáveis acabaram anistiados, a investigação jamais avançou.
Os registros de jornais daquele período contam que o navio foi saqueado, e as imagens captadas pelos mergulhadores mostram que ele está partido ao meio, no leito do rio. A Superintendência do Porto de Itajaí busca, agora, orçamentos para licitar o trabalho de arqueologia subaquática.
Segunda etapa
A remoção do navio Pallas, do leito do Itajaí-Açú, será necessária para dar espaço à segunda fase das obras da bacia de evolução, que serão custeadas pelo governo federal – uma empreitada de R$ 200 milhões. Ainda não há prazo para os trabalhos começarem, mas, de qualquer forma, não há como iniciá-los enquanto a estrutura do Pallas estiver no caminho.
Fonte: NSC | Por Dagmara Spautz | Foto: Reprodução
Sugestão de pauta