O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou o repasse de R$ 30,4 milhões para serem investidos em 43 municípios do Estado. O anúncio foi feito durante visita ao Hospital Regional, em São José, na manhã desta segunda-feira, e a confirmação de onde os investimentos serão injetados veio à tarde, em uma cerimônia no Centro Integrado de Cultura (CIC). Do total de recursos, R$ 6,9 milhões são para estabelecimentos de gestão estadual e R$ 21,2 milhões para serviços geridos por municípios. O restante será para renovação da frota de ambulâncias em diferentes regiões de SC.
O reforço financeiro será destinado a serviços de hemodiálise, atenção domiciliar, novos leitos hospitalares, rede cegonha, UPAs, além de ampliação e renovação da frota do Samu. De acordo com Mandetta, os critérios para escolha dos municípios catarinenses que receberam o aporte financeiro “foram exclusivamente técnicos”.
A cidade de Bela Vista do Toldo será habilitada para o Samu 192 e os municípios de São Lourenço do Oeste e Criciúma serão qualificados para o serviço, com repasse total de R$ 474 mil. Outros 13 municípios terão renovação de frota de ambulâncias, que foram doadas pelo Ministério da Saúde.
Cada veículo custou R$ 172 mil, totalizando R$ 2,2 milhões. As cidades contempladas são: Alfredo Wagner, Biguaçu, Bocaina do Sul, Campos Novos, Forquilhinha, Garopaba, Imbituba, Laguna, Quilombo, São Carlos, Sombrio, Turvo e Videira.
Para Florianópolis, serão destinados R$ 164,4 mil para três estabelecimentos de saúde de gestão estadual (Hospital Universitário, Hospital Governador Celso Ramos e Maternidade Carmela Dutra) para serviços de hemodiálise e incentivo à iniciativa hospital Amigo da Criança.
Também estão reservados R$ 20 mil, em parcela única, para o município de Caçador referentes à implantação de serviço de coleta de órgãos e tecidos para transplante.
Estado foi o primeiro a receber valores da pasta em 2019
As portarias, assinadas no início da tarde, estão prontas para serem publicadas “porque passaram por todas as análises técnicas” no Ministério da Saúde, explicou Mandetta. Os municípios que cumpriram todos os requisitos foram então agrupados, em um trabalho que teve a participação dos deputados federais e senadores catarinenses.
— São portarias que estavam prontas para serem publicadas porque passaram por todas as análises técnicas. Os senadores e deputados federais catarinenses levaram o pleito, o Ministério da Saúde fez a análise crítica e aquelas que cumpriram todas as etapas, nós agrupamos e hoje vamos fazer município por município a implantação de todas elas — afirmou o ministro, sem querer detalhar ao menos as regiões dos municípios beneficiados com os valores.
— Temos também a ampliação e a abertura de alguns Samus no Estado que também serão anunciadas após o encontro com o governador — destacou Mandetta, para dizer que SC, “pela organização técnica e política que tem”, será o primeiro Estado a fazer suas habilitações e estar apto a receber os valores da pasta em 2019.
Novos serviços
Dentro do pacote de investimentos do Ministério da Saúde em Santa Catarina está a ampliação da oferta de serviços de Hemodiálise em 19 instituições hospitalares nas cidades de Balneário Camboriú, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Mafra, Rio do Sul, São Bento do Sul, São Miguel do Oeste, Timbó e Xanxerê.
Já nos municípios de Brusque e Lages, haverá reforço na atenção domiciliar com a habilitação de equipe multiprofissional de apoio e equipe multiprofissional de atenção domiciliar.
Média complexidade na mira do Ministério da Saúde
Sobre a fila de cirurgias eletivas – não urgentes – em Santa Catarina, cerca de 23 mil pessoas à espera de um procedimento, o ministro Mandetta afirmou que as cirurgias reprimidas são em todo o país o pano de fundo de uma política feita pelos últimos governos em que os investimentos não eram feitos em intervenções médicas, mas sim em hospitais.
— Então, um hospital que tem ortopedia, ele recebeu recursos para o hospital como um todo, mas não focaram no resultado, não focaram no procedimento. Isso faz com que de norte a sul do país o problema seja igual. Quando você tem uma situação dessas, a culpa não é do gestor local, a culpa é da política, do sistema, já que é um problema nacional — aponta.
Mandetta avaliou que devem ser retomados cirurgias de maneira perene – sem mutirões -, em especial na média complexidade. Como exemplo, o ministro citou os procedimento de ortopedia como a especialidade com mais pessoas na fila em todo Brasil. E destacou que essas cirurgias praticamente pararam nos últimos anos.
— Essa especialidade deve ser a primeira que a gente vai anunciar uma nova metodologia de financiamento na média complexidade.
Nos corredores do Regional, ministro ouviu pedido de cardiologista
Enquanto caminhava pelos corredores do Hospital Regional, o ministro Mandetta questionou um médico do setor de hemodinâmica, que faz parte da estrutura do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC) e está inserido dentro das dependências físicas do Regional, quais as necessidades da unidade especializada em serviço de cardiologia.
O médico cardiologista Luiz Carlos Giuliano, do ICSC, respondeu que há mais de 30 anos as crianças atendidas no Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência no atendimento aos pequenos em todo Estado, precisam ser deslocadas de ambulância até o Regional para fazer o exame de hemodinâmica – que identifica obstruções das artérias coronárias ou avalia o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco.
Giuliano, em seguida, perguntou se não seria possível a compra de uma máquina de hemodinâmica para o Hospital Infantil, o que diminuiria muito o risco no atendimento a essas crianças.
— Essas crianças vêm de ambulância e voltam de ambulância, isso há mais de 30 anos. Mas cada vez mais os procedimentos são mais complexos e envolvem mais riscos ao paciente. Então, há uma necessidade de essa máquina estar lá no centro cirúrgico do Infantil — ressaltou Giuliano.
Mandetta, então, falou para Giuliano avisar o diretor do Hospital Infantil que procure o ministro para tratar do assunto.
Fonte: nsc/Por Leonardo Thomé | Foto: Juliana Gomes
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