Começa sombrio o ano para a duplicação da BR-470. Segundo o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Ronaldo Carioni Barbosa, há em 2019 menos dinheiro reservado para a obra do que no ano passado.
No orçamento da União são R$ 98 milhões e outros R$ 14 milhões em emendas parlamentares. No ano passado eram, no total, R$ 145 milhões, valor que ainda sofreu um corte de R$ 23 milhões.
Com esse cenário, Carioni percorreu na semana passada os mais de 70 quilômetros que estão sendo duplicados para conversar com os representantes das empresas responsáveis pela obra. Quis saber deles o que será possível fazer em dois possíveis cenários: com e sem o dinheiro das emendas.
Esse levantamento vai ser levado a Brasília na quinta-feira, dia 7. Carioni quer convencer o governo federal de que o dinheiro é insuficiente para o bom andamento da duplicação.
A estratégia é mostrar à direção nacional do DNIT que com essa previsão orçamentária será impossível garantir a conclusão da obra em quatro anos, ou seja, a duplicação do que Carioni diz ser a espinha dorsal do desenvolvimento de Santa Catarina não seria entregue até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Asfalto mais caro
Outro grande problema é o preço do asfalto vendido pela Petrobras. No dia 1º passou a vigorar um reajuste de 10% em média e outros foram anunciados nos últimos meses. O preço pago pelo DNIT às empresas responsáveis pela obra não sofre o mesmo reajuste, o que gera prejuízo para elas. Com isso, praticamente não há colocação de asfalto ao longo da duplicação e a obra parece não evoluir aos olhos de quem passa pela rodovia.
Esse problema ocorre em todo o Brasil e desde o ano passado o DNIT estuda uma solução. Na quinta-feira será pauta da reunião. Carioni diz que o governo federal tem que criar um instrumento para repassar essas perdas.
Sem desapropriações
Vale lembrar que não haverá desapropriações ao longo da BR-470 neste ano. Isso porque venceu em outubro o decreto que declara de utilidade pública as áreas dos lotes 3 e 4 e vencerá neste anos o decreto das áreas dos lotes 1 e 2.
Um novo documento só pode ser publicado um ano depois. Com isso, todo o recurso destinado pelo governo federal neste ano será aplicado no andamento das obras nas frentes já abertas.
Falta desapropriar cerca de 1 mil terrenos em toda a extensão da duplicação. Carioni diz que esse número deve cair um pouco. Diferentes soluções de engenharia podem ser adotadas para contornar a necessidade de desapropriar áreas.
12 quilômetros
Sobre o primeiro trecho de duplicação, que inicialmente poderia ser entregue no fim do ano passado, o superintendente catarinense do DNIT faz agora uma nova previsão: Os primeiros 12 quilômetros de pista duplicada devem ser entregues entre maio e junho. Para a inauguração ele quer trazer o ministro da Infraestrutura e o presidente da República.
O ministro Tarcísio Gomes de Freitas deve vir ao estado antes disso, a convite do Fórum Parlamentar Catarinense. Vai circular por rodovias federais em obras, mas não há certeza sobre a passagem dele pela 470. Se a nossa rodovia ficar de fora, um vídeo será levado para que ele tome pé da situação.
Fonte: nsc/Por Pancho | Foto: Patrick Rodrigues
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