De acordo com a Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina (Dive), 38,54% do público-alvo em Santa Catarina ainda precisa ser imunizado contra a febre amarela. Entre 1º de janeiro e o dia 31 de março deste ano, 461.717 doses foram aplicadas no Estado. Uma pessoa já morreu vítima da doença em Joinville.
Desde o segundo semestre de 2018, o Estado passou a ser considerado como área de recomendação de vacinação devido à ocorrência da doença nos Estados vizinhos. Com isso, todas as pessoas com mais de nove meses de idade devem receber as doses, sob o risco de serem infectados com o vírus.
Neste ano, o governo de SC já realizou duas campanhas de vacinação. A atual seguirá até o dia 20 de abril. Nesse período, são realizadas ações de conscientização sobre os benefícios da vacina. Depois desse prazo, as doses seguem disponíveis em todas as unidades de saúde, já que essa é uma doença de controle constante.
A vacina praticamente não tem contraindicações e é distribuída gratuitamente nas unidades de saúde do Estado. Atualmente, o Ministério da Saúde considera que uma única dose é suficiente para garantir a imunização ao longo da vida.
Antes dessa descoberta, as doses eram aplicadas a cada 10 anos. Com isso, pessoas que já tomaram a vacina não precisam procurar por uma nova dose, independente de já ter passado o prazo de uma década. Entretanto, quem não lembra se já foi imunizado pode tomar novamente a vacina.
Entenda o que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença grave que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. Ela é causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito, não há transmissão de pessoa a pessoa. No Brasil, os casos de febre amarela são classificados como silvestre, não há informação de febre amarela urbana.
Ainda assim, como a população catarinense que vive na área urbana está exposta a bordas de mata, fragmentos de mata, como parques, praças arborizadas, jardins botânicos e áreas periurbanas (áreas de mata próxima das cidades), o risco dos mosquitos silvestres, Haemagogus e Sabethes, transmitirem a doença é alto.
Os principais sintomas são: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Alguns melhoram após esses sintomas iniciais. No entanto, entre 15% e 60% das pessoas que apresentam esses sintomas evoluem para a forma mais grave da doença.
Nos casos graves, a pessoa pode desenvolver algumas complicações como febre alta, coloração amarelada da pele e do branco dos olhos, hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Destes que apresentam sintomas mais graves, entre 20% e 50% podem morrer.
Contraindicações
A vacina da febre tem pouquíssimas contraindicações. A maioria delas está ligada a doenças que atingem o sistema imunológico dos pacientes.
Veja a lista completa abaixo:
- — Crianças menores de 9 meses de idade.
- — Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza.
- — Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com a contagem de células CD4 < 200 células/mm3 ou menos de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 6 anos.
- — Pacientes submetidos a transplante de órgãos.
- — Pacientes com imunodeficiência primária;
- — Pacientes com neoplasia.
- — Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (gelatina bovina, ovo de galinha e seus derivados, por exemplo).
- — Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).
- — Mulheres amamentando crianças menores de seis meses
Fonte: nsc | Foto: Salmo Duarte
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