Uma parceria inusitada, de amizade e respeito. Tem sido assim a convivência de Mombassa, o primeiro leão branco macho nascido no Brasil, e a cadela Belinha, “escalada” pelo zoo do Beto Carrero World para fazer companhia ao felino, que foi rejeitado pela mãe. Juntos há quase um ano, os dois são inseparáveis. Mas chegou a hora da despedida. Mombassa se prepara para dividir o recinto com uma leoa, e não será possível dividir o coração – e as atenções – entre Belinha e a nova amiga.
O leão e a cadelinha convivem desde que ele tinha quatro meses de idade. A mãe não desenvolveu habilidades para cuidar do filhote, e ele precisou ser separado dela ainda bebê para que sobrevivesse. Criado na creche para animais do parque, Mombassa recebeu todos os cuidados por parte de biólogos e veterinários e se desenvolveu.
Companhia
Já crescido, e transferido para um recinto só seu, ele precisava de companhia. Foi quando veio a ideia de juntá-lo a Belinha, que é da raça Rhodesian Ridgeback e tem nove anos – por isso, impõe respeito ao “bichano”. Os dois não vivem juntos o tempo todo, mas fazem “visitas” um ao outro. E a sintonia é grande:
— Eles são companheiros, se divertem e se respeitam. É bonito de ver – diz a bióloga do zoo, Katia Cassaro.
Ela explica que foi necessário garantir uma companhia a Mombassa porque leões são animais de hábitos gregários, ou seja, que vivem em grupo. Na infância, em especial, os leõezinhos convivem muito com a mãe e os irmãos, por isso o felino precisava de uma amiga. Belinha o estimula a se exercitar com as brincadeiras, e o ensina a conviver com outros animais.
A parceria é tão forte, que os primeiros ensaios para separar Mombassa e Belinha não têm sido fáceis – um sente falta do outro. Mas o filhote precisa aprender a interagir com outros leões, e, conforme cresce, as brincadeiras podem se tornar perigosas para a cachorrinha.
O processo de adaptação do Mombassa com a leoa Kênia, sua nova companheira, será repleto de cuidados. O leãozinho passará por fases diferentes que lhe permitirão ter contato visual e olfativo com a fêmea, de forma gradativa. Se nenhum dos dois apresentar sinais de agressividade, poderão viver no mesmo recinto.
Saiba mais
- – Leões brancos não são albinos, mas leucísticos – eles possuem a pelagem branca, mas os olhos são castanhos
- – Eles são considerados raros, e a cor torna difícil a sobrevivência na natureza. Além de serem mais perceptíveis para as presas, o que dificulta a caça, são mais suscetíveis a doenças devido à pouca variabilidade genética
- – A pelagem era muito cobiçada pelos caçadores, que levaram a espécie às vias da extinção
- – O zoo do Beto Carrero World fez a primeira reprodução bem sucedida de leões brancos em cativeiro no Brasil. Clara, a primeira leoa branca brasileira, nasceu no parque em 2015.
Fonte: nsc/Por Dagmara Spautz | Foto: Divulgação
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