A polícia italiana prendeu sete brasileiros na manhã de terça-feira, 26 de março, pela operação “Super Santos”, que por mais de um ano investigou casos de fraude no reconhecimento da cidadania italiana a brasileiros. Outros 800 brasileiros que obtiveram o passaporte ilegalmente estão sendo investigados e deverão ter a cidadania revogada.
Segundo a polícia italiana, em apenas três dias os suspeitos “transformavam cerca de mil brasileiros em cidadãos italianos” — e cobravam € 7 mil (aproximadamente R$ 30 mil), em dinheiro vivo. De acordo com o Ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, os brasileiros envolvidos no esquema facilitaram a cidadania para mil pessoas, “numa fraude de mais de 5 milhões de euros, ou seja, R$ 22 milhões.
— As agências de negócios, administradas ilegalmente pelos brasileiros detidos, haviam se transformado em verdadeiras agências de turismo — afirmou a polícia italiana em nota.
Além dos brasileiros, um padre da diocese de Pádua também foi detido por ter vendido uma certidão de batismo falsa para confirmar a ascendência italiana de um dos envolvidos.
A partir das certidões falsificadas, os criminosos induziram funcionários públicos a conceder a declaração de residência aos brasileiros em municípios das províncias de Verbania e Novara, na região de Piemonte —um requisito indispensável no processo de reconhecimento da cidadania italiana.
Investigação
Foram meses de interceptações telefônicas, inclusive em português, operações em aeroportos e lugares de chegada, além de centenas de averiguações nos imóveis onde os brasileiros estavam alojados.
“Antes de deixar a Itália, os novos italianos postavam no Facebook uma selfie com o passaporte europeu. Atrás deles, a entrada da prefeitura da cidade em que eram residentes fictícios. Pela frente, o sonho, transformado em realidade, de chegar aos Estados Unidos e ao Canadá como cidadãos europeus”, afirmou a polícia em nota.
Fonte: nsc/FolhaPress | Foto: Porthus Junior
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