A Petrobras anunciou na terça-feira, 26 de março, uma mudança na política de preços do diesel. Segundo a estatal, os valores a serem cobrados nas refinarias serão revisados a em períodos de, no máximo, 15 dias.
Com isso, podem haver reajustes para cima ou para baixo no preço cobrado nas bombas. Para o cálculo, a empresa vai considerar os valores internacionais do combustível.
Segundo a Petrobras, a decisão foi tomada durante uma reunião da diretoria da empresa, realizada na segunda-feira, dia 25. A empresa diz que essa medida poderá evitar com que ela seja acusada de abusar do poder de monopólio no mercado, já que possui 98% da capacidade de refino de diesel no Brasil.
Em uma nota, a Petrobras explicou que, segundo uma pesquisa global de preços de combustíveis, o Brasil ocupa uma posição intermediária em relação ao preço cobrado pelo diesel atualmente.
A ideia da mudança é manter esse posto, mas garantindo a lucratividade da empresa. Conforme a estatal, atualmente, o valor do combustível nas refinarias representa 54% do que é cobrado nas bombas.
Cartão para caminhoneiros
A política de preços da Petrobras foi a principal bandeira questionada pela greve dos caminhoneiros, deflagrada em maio de 2018.
Na época, a categoria reclamava, entre outras coisas, dos constantes reajustes no preço do combustível, a partir de uma medida tomada pela Petrobras, que passou a corrigir diariamente os preços nas bombas.
Para evitar a variação de preços, a estatal anunciou que deverá lançar um cartão específico para caminhoneiros. Com ele, os motoristas poderão viajar e manter alguma estabilidade nos preços. A subsidiária, Petrobras Distribuidora, será responsável por criar o cartão, num prazo de até 90 dias.
A medida pode ter relação com uma possível nova greve de caminhoneiros. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) estava investigando uma movimentação em grupos de redes sociais que apontavam indícios de uma paralisação para os próximos dias.
Nesta terça, uma das lideranças dos caminhoneiros autônomos, Wallace Costa da Silva, conhecido como Chorão, afirmou que o novo cartão pode responder a uma das reivindicações da categoria.
Na última semana, ele esteve reunido com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para tratar de pautas relacionadas ao tema.
— [A medida] é legal, não resolve 100% — afirma Chorão.
Fonte: nsc/FolhaPress | Foto: Jukka Barbosa
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