Dirceu Augusto Gallani, 32 anos, que se apresentava como médico pediatra para se aproximar de mulheres e obter vantagens sexuais e financeiras foi condenado em ação que tramitou na comarca de Jaraguá do Sul.
Ele terá de cumprir pena de cinco anos e oito meses de reclusão, em regime inicialmente semiaberto, pelos crimes de violação sexual mediante fraude, estelionato e furto mediante fraude. O caso aconteceu em Jaraguá do Sul em abril de 2018.
Segundo denúncia do Ministério Público, através de um aplicativo de relacionamento amoroso, o homem iniciou um bate-papo com uma garota, oportunidade em que se apresentou como médico pediatra. Na sequência, a conversa se estendeu para o WhatsApp. Após dois dias de intensa troca de mensagens, e conquistada a confiança da moça, Dirceu foi convidado a visitá-la. Durante quatro dias, ele ficou hospedado no apartamento da jovem. Segundo o processo, ele se utilizava de seu aguçado poder de persuasão para convencer a vítima de que era uma pessoa confiável.
Por diversas vezes, segundo depoimento da vítima, mantiveram relação sexual mediante fraude, já que ele se valia da confiança anteriormente conquistada ao se apresentar como pediatra e criar na vítima expectativas de sério envolvimento amoroso. No último dia em que estavam juntos, entretanto, o homem furtou R$ 100 que estavam no apartamento e também pegou o cartão de crédito da vítima. Ele, que obtivera a senha do referido cartão durante compra de produtos para o apartamento num supermercado da cidade, deslocou-se até Florianópolis e fez novos gastos no comércio local e saques em caixas eletrônicos. O prejuízo da vítima superou R$ 4,5 mil.
Especialista nesse tipo de golpe
Segundo o Tribunal de Justiça de SC, o homem era especialista nesse tipo de golpe, já aplicado anteriormente em vítimas de diversas cidades de Santa Catarina e Paraná. Assim que preso, o acusado negou as denúncias. Em juízo, porém, confessou os crimes de furto mas garantiu que o sexo foi consensual. Em depoimento, alegou que se intitulou médico formado apenas para levar vantagem na paquera. Durante seu depoimento, a vítima explicou que pouco antes dos fatos havia terminado um relacionamento longo e estava em momento de fragilidade.
O juiz Samuel Andreis, titular da 2ª Vara Criminal de Jaraguá do Sul, foi quem prolatou a sentença. Ele negou o direito do réu – que aguardava o trâmite processual encarcerado – de recorrer em liberdade.
Relembre o caso
No dia 20 de setembro de 2018, a Divisão de Furtos e Roubos da Delegacia de Polícia Civil de Jaraguá do Sul prendeu Dirceu em São José, na Grande Florianópolis. Ele não ofereceu resistência. Segundo as Investigações, ele se apresentava como “Augusto” ou “Augusto Augustinho Guh” em aplicativos de encontro pela internet.
Nos perfis, ele afirmava ser um médico. O estelionatário dizia que era dono de clínicas em Florianópolis e Balneário Camboriú. Também afirmava trabalhar no Hospital Maternidade Carmela Dutra.
A Divisão de Furtos e Roubos acredita que Dirceu fez outras vítimas. Provavelmente, elas não comunicaram o fato à Polícia Civil por vergonha, já que o agente teria conseguido até encontros românticos com algumas das vítimas antes de cometer os furtos.
Fonte: OCP/Por Gabriel Junior | Foto: Polícia Civil
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