Vamos imaginar uma situação: você tem um filho com algum tipo de necessidade especial e ele frequenta uma das escolas municipais de Gaspar. Você iria preferir que ele tivesse uma professor sempre ao lado, atendendo a todas as suas necessidades; ou que ele estivesse incluso na sala de aula, participando das atividades e se tornando cada vez mais independente?
A segunda opção é o que busca a Secretaria de Educação de Gaspar, por meio de uma importante mudança na política de educação especial que vem sendo desenvolvida desde 2017. A partir deste ano, todas as escolas municipais da cidade passam a ter um professor formado em Educação Especial, que vai trabalhar em conjunto com os demais professores e auxiliares.
De acordo com a diretora de Educação Especial e psicóloga da Prefeitura de Gaspar, Silvia Raquel Schreiber Boniati, a nova política chega com uma proposta diferenciada do que sempre existiu. “Um professor formado em Educação Especial vai trabalhar a educação especial, a inclusão como um todo, em cada unidade de ensino. Ele é que vai nos encaminhar as demandas e as necessidades de ter um profissional de apoio direto com determinados alunos que necessitam. E esse professor vai atuar muito com o professor de sala de aula, pra que ele entenda cada criança, conheça um pouco sobre cada deficiência e consiga trabalhar o planejamento para a turma toda, sem excluir ou tratar diferente um aluno”.
A secretária de Educação Zilma Benevenutti, destaca que o projeto está sendo aplicado nas 29 escolas Gaspar, o que inclui o ensino infantil. “Vamos fazer também no ensino infantil para que as crianças se sintam adaptadas quando forem para o ensino fundamental”.
Opinião das mães
Na última contagem, a rede municipal de ensino de Gaspar atendia 267 crianças com algum tipo de necessidade especial. Raquel Amaral é mãe de um menino de cinco anos que tem autismo em grau moderado a severo. Hoje, ele frequenta o CDI Ivan Carlos Debortoli Duarte e tem uma auxiliar. “Eu achei o novo plano muito bom, porque a ideia é que a criança seja ‘da escola’ e não ‘da auxiliar’. A professora terá que fazer uma plano de aula pra criança em cima do que ele necessita. Se o projeto for aplicado assim, eu aprovo”.
Cinara Rosa Alves compartilha da mesma opinião de Raquel. “No caso do meu filho, ele come, vai ao banheiro e se vira praticamente sozinho. Porém, ele tem algumas dificuldades no aprendizado. Então, será feita uma avaliação e, caso haja necessidade de ter uma professora, essa pessoa vai ser contratada”. Ela ainda afirma que, como mãe, gostaria que o filho fosse independente. “Eu gostaria muito que meu filho fosse independe quando ficar maiorzinho”.
Maria Aparecida da Silva, que tem três filhos autistas, também resolveu dar um voto de confiança à nova política. “Vou dar o primeiro semestre de prazo e deixei isso claro na reunião com a Secretaria de Educação. Mas, eu acho que cada caso deve ser avaliado individualmente. Os meu filhos, por enquanto, estão tranquilos, mas uma semana de aula é muito pouco pra uma avaliação. Minha vontade é de que eles sejam o mais independente possível dentro dos seus limites”.
Fonte: Cruzeiro do Vale
Sugestão de pauta