Quem vê o estado em que encontra-se o ginásio municipal de esportes localizado na rua Júlio Lemes da Silva, no bairro Ilhotinha, em Ilhota, custa a acreditar que a obra foi inaugurada há dois anos e cinco meses. A situação do local é precária: nos banheiros, não há mais chuveiros e as pias estão sem torneiras, as paredes estão riscadas e o alambrado em volta da quadra está quebrado. Soma-se a isto ainda a fiação exposta e muita, muita sujeira. “No começo do ano recebi algumas denúncias da comunidade e, na semana passada, fui até o ginásio verificar a situação. Fiquei assustado e muito triste com o que encontrei”, lamenta o vereador Rogério Flor de Souza, que visitou o ginásio na companhia dos vereadores Luiz Gustavo e Cidnei Carlos Tomé. “Vou reivindicar uma explicação da prefeitura. As denúncias referentes ao abandono do espaço já foram feitas outras vezes”, afirma Rogério.
Mesmo com todos os perigos, o ginásio – única área de lazer na localidade – é bastante utilizado pelas crianças do bairro. O bombeiro voluntário Ederson José da Silva, que reside em frente ao local, diz que já ligou várias vezes para a prefeitura. “Eles falam que vão resolver, mas até agora nada foi feito”. Segundo o morador, antes havia um vigia que ficava no local até às 17h, mas agora nem ele aparece mais. “O ginásio foi invadido por alguns adolescentes e também usuários de drogas, que depredaram o local. Eu tento cuidar, já consertei um cano de água e deixo o disjuntor desligado para evitar acidentes. Quando alguém quer jogar bola, eu venho e ligo. Mas não consigo ficar de olho o tempo todo”, ressalta. Como também não há um bebedouro no local, Ederson diz que é comum as crianças pedirem água em sua casa. “Às vezes, também empresto uma bola para as crianças jogarem”.
Hoje, a responsabilidade pela manutenção do ginásio é da secretaria municipal de Educação e da Escola Municipal Domingos José Machado – até agosto do ano passado os alunos utilizavam o ginásio para as aulas de educação física.
Procurada pela reportagem do Jornal Metas, a secretária da pasta, Andréa Cordeiro Quintino, afirma ter plena ciência das condições do local. “Estamos trabalhando para sanar as irregularidades deixadas pela gestão anterior”, denuncia. Isto porque, de acordo com Andreia, apesar de inaugurada, a obra não foi concluída. “A obra foi executada em desacordo com o projeto do FNDE. Em 2017, ao tomar conhecimento das irregularidades da obra, foi solicitado à empresa para retomar a obra e finalizá-la, porém a mesma protelou a conclusão dos trabalhos, alegando falta de pagamento da gestão anterior”, explica.
Sendo assim, segundo a secretária, para finalizar a obra, foi solicitado à engenharia da prefeitura um novo projeto. “Encaminhamos ao FNDE, a solicitação de dilação de prazo e autorização para nova licitação, para que o saldo remanescente possa ser utilizado. O processo está em andamento, sem resposta do FNDE até o presente momento”, disse. A secretária também afirmou que existe um funcionário para cuidar do local, mas que o mesmo está de férias.
Fonte: Jornal Metas | Fotos: Ana Cláudia Kostetzer
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