Apesar da melhora geral nos indicadores criminais, os estelionatos cresceram 6% no estado.
Santa Catarina registrou uma queda expressiva nos principais índices de criminalidade em 2024, consolidando sua posição como o estado mais seguro do país. Os dados, divulgados na última terça-feira (28) pela Secretaria de Segurança Pública, indicam reduções históricas em roubos, furtos e feminicídios, além de uma diminuição significativa no número total de homicídios. O relatório foi elaborado pela Diretoria de Inteligência Estratégica, com a participação da Gerência de Estatística e Análise Criminal.
O levantamento revelou que os roubos caíram 13,8% em relação a 2023, atingindo o menor índice da série histórica. Nos últimos quatro anos, a média de redução foi de 33,3%. Entre os crimes patrimoniais, destacou-se a queda de 27% nos roubos e de 9,8% nos furtos de veículos.
Roubos de celulares, residências e comércios também apresentaram redução. No total, quase 4 mil furtos a menos foram registrados, representando um recuo de 4% na comparação anual. O número de furtos em residências, especificamente, caiu 10,66%.
A taxa de homicídios também registrou queda, alcançando o menor nível da série histórica. Em média, houve uma redução de 15,6% nos últimos quatro anos, e uma variação de quase 2% a menos em relação a 2023.
Cidades como Joinville, Palhoça, São Francisco do Sul, Tubarão e Porto União lideraram a diminuição dos casos. Dentro desse cenário, os feminicídios caíram 10,5%, atingindo a segunda menor taxa já registrada. Por outro lado, os casos de violência doméstica tiveram um leve aumento de 0,2%.
Crimes contra instituições financeiras atingiram a menor taxa desde o início da série histórica, em 2011. Em 2024, foi registrada uma redução de 9,4% em relação ao ano anterior, com índice de 0,72 ocorrências por 100 mil habitantes – um número 23% inferior à média dos últimos quatro anos.
Os dados foram apresentados pelo secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, em conjunto com outras autoridades da área, como o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa; o chefe de gabinete do delegado-geral da Polícia Civil, delegado Marcelo Nogueira; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Fabiano Bastos das Neves; e a perita-geral da Polícia Científica, Andressa Boer Fronza.
O secretário Flávio Graff destacou que os resultados refletem o comprometimento das forças de segurança, o trabalho integrado entre as instituições e os investimentos realizados pelo governo estadual. Segundo ele, a atuação estratégica contribuiu para consolidar Santa Catarina como referência nacional em segurança pública
O estado também registrou 16 latrocínios (roubos seguidos de morte) em 2024, o que representa uma redução de 24,7% na média dos últimos quatro anos. Apesar de um aumento de 1,3% nas mortes violentas em relação a 2023, Santa Catarina ainda possui a segunda menor taxa do país por 100 mil habitantes. Entre as vítimas dessas mortes, 65,5% tinham passagem pela polícia, assim como 55,5% dos autores identificados.
Os casos de mortes em confrontos policiais permaneceram estáveis, com 79 registros tanto em 2023 quanto em 2024. A maioria das vítimas, 72,2%, possuía antecedentes criminais.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, ressaltou que os investimentos na corporação e na aquisição de equipamentos foram essenciais para manter a qualidade dos serviços prestados à população e garantir a ordem pública.
>> LEIA TAMBÉM: Preço da gasolina apresenta redução em todos os postos de Timbó
Apesar da melhora geral nos indicadores criminais, os estelionatos cresceram 6% no estado, seguindo uma tendência mundial. De acordo com a Polícia Civil, 70% desses crimes ocorreram no ambiente virtual.
O aumento também pode estar relacionado ao reforço nas investigações, que resultou na ampliação das delegacias especializadas e no combate mais efetivo às organizações criminosas.
O delegado Marcelo Nogueira destacou que, mesmo com os desafios, Santa Catarina manteve sua posição de estado mais seguro do país e ampliou a produtividade das forças de segurança. O número de mandados de busca e apreensão cresceu 6%, enquanto os mandados de prisão tiveram um aumento de 8%.
Sugestão de pauta