Esse discurso é reforçado por vídeos e publicações que ostentam dinheiro.
Nas redes sociais, crianças e adolescentes têm ganhado destaque promovendo a ideia de que é possível atingir um faturamento mensal de até R$ 100 mil com o celular e sem grande esforço. Esse discurso é reforçado por vídeos e publicações que ostentam dinheiro, criticam a educação formal e apresentam uma fórmula simplificada para o sucesso financeiro.
Segundo divulgado pelo UOL, uma dessas publicações, uma menina afirma que nasceu para ser empreendedora e critica a faculdade, dizendo que ela serve apenas para formar funcionários.
Outro jovem reforça o desprezo pela educação ao declarar que estudar e buscar um bom emprego é sinônimo de permanecer na pobreza, enquanto o caminho para a riqueza seria fazer exatamente o oposto.
Essa estratégia, porém, vai além das palavras. Muitos desses influenciadores mirins atuam como divulgadores de plataformas de marketing de afiliados, como Kiwify, Cakto e Kirvano. Essas plataformas permitem que terceiros promovam produtos digitais, como cursos e e-books, em troca de comissões sobre as vendas.
O fenômeno não é pequeno. Em redes como Instagram e TikTok, é possível encontrar dezenas de perfis de crianças e adolescentes que afirmam ganhar milhares de reais mensalmente por meio dessas práticas.
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As postagens seguem um padrão: contam histórias de superação, zombam do sistema educacional e utilizam textos com erros gramaticais que, em muitos casos, parecem propositalmente inseridos para reforçar a ideia de que o conteúdo foi criado por jovens. Algumas dessas crianças aparecem acompanhadas por suas mães, o que sugere um envolvimento familiar na estratégia.
A crescente exposição de crianças nesse tipo de propaganda levanta preocupações sobre a mensagem transmitida às novas gerações e os riscos de normalizar o desprezo pela educação formal em favor de promessas financeiras que, na prática, nem sempre são realistas.
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