Na última sexta-feira (22), centenas de conchas do molusco berbigão foram encontradas cobrindo parte da faixa de areia da Praia Central de Balneário Camboriú, localizada no Litoral Norte de Santa Catarina.
O registro foi feito nas proximidades da rua 2500 e chamou a atenção de moradores e turistas. As informações são da NSC total e G1.
De acordo com Maria Heloísa Furtado Lenzi, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, essas aparições já ocorreram na região antes mesmo do alargamento da faixa de areia, realizado em 2021.
Contudo, ela afirmou que ainda não é possível determinar a causa exata da presença das conchas na areia. Para o professor de ecologia e oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Paulo Horta, a situação é atípica.
O especialista destacou que a aparição em grande número de conchas do berbigão, que normalmente habita áreas submersas e não a faixa de areia, pode ser indicativo de um problema de saúde da espécie.
Horta sugeriu que, para entender a origem desse fenômeno, seria necessário analisar as condições do ambiente marinho e verificar o estado dos moluscos, que aparentam estar mortos.
Sobre o Molusco Berbigão
O berbigão (nome científico Ruditapes decussatus) é um molusco bivalve marinho que pertence à família Veneridae, popularmente conhecido por suas conchas pequenas e arredondadas.
Esse molusco é encontrado em diversas regiões costeiras do mundo, incluindo as águas do litoral brasileiro, especialmente em áreas arenosas próximas a estuários e zonas rasas. No Brasil, é comumente encontrado em praias do sul e sudeste, como em Santa Catarina.
O berbigão possui uma concha com duas partes (bivalve) que são conectadas por uma dobradiça, e sua coloração pode variar do branco ao creme, com algumas variações de marrom.
Ele vive enterrado na areia, geralmente a poucos centímetros de profundidade, alimentando-se de partículas orgânicas suspensas na água, como plâncton e detritos, filtrando-os através de suas brânquias.
No caso específico de sua aparição em massa, como observado em Balneário Camboriú, é possível que fatores ambientais adversos, como mudanças na qualidade da água, alterações na temperatura ou a presença de doenças, estejam afetando a saúde dessa espécie, levando a uma morte em grande número e à subsequente aparição das conchas na faixa de areia.
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