A esperança agora repousa na possibilidade de reposicionar a casa no terreno original.
De uma varanda da congregação onde encontram refúgio há sete dias, uma moradora identificada como Henriete Schultz, testemunhou o próprio lar sendo arrastado pelas águas turbulentas em Rio do Sul. O domicílio ficou no meio da Via Alexandre Von Humboldt, no distrito Budag, aproximadamente a 150 metros da propriedade familiar.
Segundo informações do Portal NSC Total, a vítima da enchente é originária da localidade e já é familiarizada com as enchentes recorrentes que assolam o Alto Vale do Itajaí há décadas. Em entrevista, a diarista, de 55 anos, expressou a imensa tristeza que sempre acompanha esses eventos.
“É desolador você ver a tua casa indo embora. Dá vontade de se jogar na água e amarrar uma corda, porque você pensa que depois que a água baixar não tem para onde ir”, contou Henriete à jornalista Talita Catie
Henriete, acompanhada por seus dois filhos e sua netinha, deixou sua moradia em 16 de novembro com a água alcançando a altura da cintura, na tentativa de salvar o máximo de pertences possível. A família inicialmente buscou refúgio na residência de um vizinho, ligeiramente mais elevada na mesma rua, mas a inundação avançou rapidamente, forçando-os a deixar o local. O próximo destino foi o abrigo na igreja. Foi lá que, na manhã da última sexta-feira (17), testemunhou sua casa se desprendendo do chão.
Inicialmente, o imóvel flutuava, mantendo-se retido pela fiação, o que limitava seu deslocamento. Porém, em certo momento do mesmo dia, os cabos não resistiram à pressão, rompendo-se, e a casa começou a se mover. Cruzou uma avenida, indo ainda mais longe do ponto inicial, mas com a diminuição do nível da água, retornou alguns metros. Esta foi a segunda maior enchente da história de Rio do Sul.
Ainda de acordo com o Portal NSC Total, a residência de Henriete é construída com placas de aço e isopor, obtida após a enchente de 2011, quando sua casa de madeira na época foi inundada até o nível do telhado e precisou ser demolida. Naquela época, várias residências similares foram erguidas para outras famílias, fruto de uma parceria entre a prefeitura e empresas privadas.
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Durante um ano, enquanto aguardava a conclusão da nova moradia, Henriete viveu com sua filha. Ao longo da última década, adquiriu bens para uma vida confortável, muitos dos quais foram perdidos na recente inundação. Guarda-roupas, por exemplo, foram deixados para trás, com pertences vistos flutuando durante o desastre.
Dessa vez o amparo veio de uma vizinha, que optou por sair e gentilmente cedeu sua casa para que Henriete e sua família pudessem residir até encontrarem uma solução para a situação da casa agora localizada no meio da rua. Desde que as águas baixaram, os filhos de Henriete têm se dedicado à limpeza do que pode vir a ser o novo lar, para poderem deixar o abrigo.
A esperança agora repousa na possibilidade de reposicionar a casa no terreno original de Henriete. Um engenheiro realizará uma avaliação na próxima semana para tomar a decisão final. Apesar dos danos e da tristeza, a moradora de Rio do Sul expressa sua gratidão à Talita:
“Temos que agradecer que estamos vivos”
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