Tropas de mercenários retornam ao fronte ucraniano e líder Prigozhin foi deslocado para Belarus; Moscou parece salva
Durante o fim de semana, os russos passaram por uma montanha russa de notícias. Na sexta (23), o chefão do Grupo Wagner anunciou uma retaliação contra Moscou pelas mortes de seus soldados em acampamentos, sob bombardeios. Segundo ele, as ogivas eram russas e foram lançadas sob as ordens do Ministério da Defesa da Rússia.
No mesmo dia, as tropas de Prigozhin tomaram a cidade russa de Rostov, sob fortes respostas de Moscou. O presidente Putin falou publicamente que considera seu ex-aliado como um traidor e que não teria piedade para rechaçar a rebelião do grupo de mercenários. Os russos então montaram um enorme cerco de proteção ao redor de Moscou, com fechamento de rodovias e até mesmo da Praça Vermelha.
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Durante o sábado e o domingo, o ditador de Belarus, Aleksander Lukashenko, interveio na briga e promoveu uma negociação mediada. Não há detalhes sobre a reunião, mas as três partes fecharam um acordo que encerrou a rebelião dos mercenários.
As tropas de Prigozhin deixaram Rostov na madrugada, com destino de volta ao fronte ucraniano da guerra. O líder se deslocou em viagem até Belarus, onde passará a trabalhar. Putin começou a desmobilizar Moscou e, aparentemente, garantiu não retaliar contra o ex-aliado. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou a retirada do processo criminal de traição contra Prigozhin.
A situação parece resolvida, porém, os países ocidentais enxergaram todo o reboliço como brechas conflituais no governo russo. Estados Unidos e Itália comentaram que “o mito da unidade russa acabou”, em referência à perda da influência de Putin sobre seus aliados.
Não há mais detalhes sobre as ações do Grupo Wagner após o acordo, mas há cada vez mais provas de que a Rússia está ruindo por dentro.
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