Lia Medeiros, que trabalha no EHT (Telescópio do Horizonte de Eventos), detalhou a importância do registro histórico e a IA que o aprimorou
Na quinta (13), O EHT (Event Horizon Telescope – Telescópio do Horizonte de Eventos) divulgou um grande aprimoramento visual da primeira foto, na história, de um buraco negro no espaço. O objeto em questão se chama M87 e está no centro de uma galáxia muito, muito distante da Via Láctea.
Lia Medeiros, de 31 anos de idade, era a única brasileira e soberana no trabalho realizado para fotografar o M87. Hoje, utilizando da inteligência artificial específica do EHT, chamada de ‘PRIMO’, a foto do buraco negro recebeu uma grande melhoria.
“Foi um resultado muito importante e foi um resultado que realmente mudou como a gente pensa sobre um buraco negro, e como entendemos o que acontece com a matéria que está em volta dele. Com essas imagens, conseguimos atestar cada vez mais que esse buraco negro é mesmo consistente com o que foi previsto pela teoria de Albert Einstein” – comentou Lia, ao portal CNN.
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O mundo viu a foto histórica em 2019, abalando todo o terreno da astronomia e da ciência em geral. Nunca houve uma foto direta de um buraco negro antes, apenas suposições de como ele seria e cálculos matemáticos de como ele se comporta. Agora, aprimorado com o ‘PRIMO’, a IA do EHT, as próximas fotos de buracos negros terão um retoque muito mais preciso. Um total de 11 telescópios pelo mundo coletam dados desde 2017, utilizados pela IA no aprimoramento das imagens.
“Esse novo algoritmo é baseado em inteligência artificial, mas na verdade, é a parte que é bem simples e fácil de entender. A ideia é que a gente está tentando preencher os lugares onde não temos dados, e estamos fazendo isso por meio de satélites” – explicou a cientista brasileira.
Segundo a brasileira, o ‘PRIMO’ será utilizado também na foto do Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo localizado no centro da Via Láctea. O mundo viu o monstro galáctico em 2020, um ano após a foto do M87.
“A gente o observou pela primeira vez em 2017, mas também observamos em 2018, 2021 e 2022. Estamos o observando agora mesmo em 2023, então também queremos aplicar esse mesmo algoritmo para essas outras observações também” – finalizou Lia Medeiros.
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