O delegado e diretor do Denarc, Carlos Wendt, explicou tudo sobre.
O estado de SC vai terminar o ano de 2022 sendo um centro de distribuição ao invés de um corredor do tráfico interestadual de drogas para o RS. Apreensões expressivas de entorpecentes, vindos do estado vizinho, foram efetuadas pelas várias forças de segurança pública ao longo dos 12 meses.
O delegado Carlos Wendt deu uma entrevista ao Carreio do Povo. Antes de mais nada, ele explicou que por conta de um alinhamento cada vez maior entre os grupos criminosos nacionais e internacionais, a região Sul do país acabou se tornando um território atraente para os narcotraficantes.
Carlos Wendt também é diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil.
Wendt também relatou que eles constataram a ampliação do transporte de drogas por meio de aeronaves. A princípio, esse fato também se deve a uma mudança de rota para dificultar o trabalho de fiscalização.
“É uma rota interessante para eles, pois conseguem desembarcar essa droga em pistas clandestinas, fazem o transporte terrestre até os portos e de lá embarcam para a Europa, onde o preço da droga chega a custar até dez vezes mais caro”, acrescentou.
Posteriormente, o diretor do Denarc foi questionado sobre a realidade do Uruguai em relação às drogas. Primeiramente, ele contou que a legalização do uso de maconha no país vizinho também foi um fator que “certamente influenciou na dinâmica do narcotráfico” da região Sul do país.
“Quando se há a legalização em determinada região, às vezes acontece de determinados grupos criminosos se estabelecerem no local para tentar tirar algum proveito. A legalização traz uma série de procedimentos, o que muitas vezes acaba dificultando o acesso às drogas da maneira como os usuários gostariam que fosse. É nesse momento que entra o mercado paralelo, que muitas vezes se aproveita ‘da permissão’ para camuflar o lícito e o ilícito”, contou.
“Muitas vezes falamos na questão da legalização do uso das drogas, mas acabamos não falando dos efeitos negativos que essa legalização traz”, lembrou.
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“Esse novo ramo econômico acabou atraindo facções criminosas para lá, acarretando no aumento da violência, inclusive dos homicídios. Temos diversos relatos de integrantes de facções gaúchas atuando no país vizinho. Durante o ano, foi realizada uma grande apreensão de cocaína no Uruguai com indivíduos que têm envolvimento com criminosos oriundos da região do Vale dos Sinos”, finalizou
Fornecimento de ecstasy
Em conclusão, o fornecimento de ecstasy ao RS também é destacado pelo diretor do Denarc.
“Santa Catarina continua sendo um grande distribuidor de drogas sintéticas. Seguidamente realizamos grandes apreensões desse tipo de droga e no decorrer das investigações de algumas delas, ficou apurado que eram provenientes do estado vizinho”, disse.
A primeira vista, para o delegado Carlos Wendt, os desafios são muitos.
“Mais uma vez, reforço a integração entre as forças de segurança como fator preponderante nessa batalha contra o crime organizado. Aliados a isso, temos uma evolução constante no uso de tecnologia nas nossas investigações”, assegurou.
*Com informações do Correio do Povo
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