Processo energético que acontece somente dentro das estrelas (como o Sol) agora poderá ser realizado pela humanidade e produzir energia limpa
Na terça (13), a secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, fez um anúncio histórico para a humanidade. Pela primeira vez na história, sabemos como produzir a mesma energia do Sol, através da fusão nuclear. O processo gera energia quase que totalmente limpa e deve revolucionar o planeta por completo nas próximas décadas, conforme desenvolvimento e refinamento.
Realizado no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, o experimento conseguiu produzir muito mais energia do que o necessário gasto para fazer o processo acontecer, pela primeira vez. Cerca de 192 lasers de altíssima potência apontaram para um único ponto, do tamanho de um grão. Por uma curtíssima janela de tempo, a energia gerada alcançou três megajoules, o que é suficiente para esquentar uma chaleira.
LEIA TAMBÉM:
Mesmo com o pequeno resultado, já é possível confirmar que o que aconteceu foi, de fato, a primeira fusão nuclear com sucesso na história da humanidade. Uma pequena parcela de energia semelhante à do Sol e de todas as estrelas do universo acabou realizada dentro de um laboratório, por mãos humanas.
“A fusão nuclear é o processo que alimenta as estrelas. O desafio tecnológico de fazer um reator de fusão nuclear é muito superior ao de fazer um reator de fissão. Estamos tentando ‘recriar o Sol numa garrafa’, só que ainda não sabemos como desenhar essa garrafa” – comenta o físico português, Luis Guimarais.
A fusão nuclear pode gerar energia quase 100% limpa para o futuro do planeta, pois o processo não libera os mesmos resíduos radioativos que a fissão nuclear. Toda a energia atual é produzida através da fissão nuclear, principalmente nas usinas espalhadas pelo mundo. Com a fusão nuclear, teremos energia muito mais limpa e inesgotável, uma vez que o processo realiza-se sem interrupções ou fim, ao contrário da fissão.
A inovação está diante dos nossos olhos, mas os cientistas deixam claro que, para o mundo começar a usufruir dessa revolução na energia, ainda levará umas boas décadas. O processo da fusão nuclear não é simples, demanda muitos recursos e muita engenharia para torná-lo comercialmente viável e funcional para todos.
“Estamos muito longe de termos um reator comercial de fusão, mas o problema agora deixa de ser um problema de física e passa a ser um problema de engenharia” – finaliza Luis Guimarais.
Sugestão de pauta