Após três meses de protestos violentos e massivos que tomaram o país, o governo cedeu à pressão popular
O governo do Irã, através do procurador-geral Mohammad Jafar Montazeri, anunciou a extinção da Polícia da Moralidade. A decisão é vista como extremamente positiva pela população, que protesta massivamente pela morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos de idade, no dia 16 de setembro, por usar o véu islâmico “de forma errada”.
A Polícia da Moralidade era responsável por fiscalizar o uso das vestimentas pelas mulheres e pelos homens, igualmente. O uso do hijab (véu islâmico) é obrigatório pelas mulheres, além de roupas largas para ocultarem seus corpos. Os homens também possuem um padrão de roupas obrigatório, que consta em camisas sociais com coletes e calças. Em caso de descumprimento, a Polícia prendia a pessoa e poderia sentenciá-la a até um ano de prisão.
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Mahsa Amini havia sido presa pela Polícia da Moralidade e acabou morrendo, após ficar três dias internada em coma. A família da jovem acusa fortemente a Polícia de espancamento. Desde então, protestos violentos tomaram conta de todo o Irã, usando Mahsa como o estopim e motivação. As mulheres iranianas estão retirando seus véus e os queimando em público, em frente à Polícia e ao mundo.
A dissolução da Polícia da Moralidade chega quase três meses depois do começo da pressão popular, e é uma vitória contra a opressão iraniana, que já perdura desde 1983. Agora, o partido reformista iraniano pede pelo fim oficial do uso do véu pelas mulheres. O governo analisa o pedido e convoca reuniões para bater o martelo em breve.
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