O tema foi trazido pelo deputado Ismael dos Santos, que registrou seu repúdio ao fato.
A suspensão judicial da eleição do Conselho Municipal de Cultura de Blumenau repercutiu na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. O caso, debatido no plenário do Parlamento durante a sessão de quinta-feira, 27 de maio, foi considerado como um episódio de discriminação religiosa.
O tema foi trazido pelo deputado Ismael dos Santos (PSD), que registrou seu repúdio ao fato. “Pasmem, o processo foi barrado em virtude da alegação de uma ex-conselheira de que havia excesso de candidatos evangélicos na eleição”, afirmou. De acordo com o parlamentar, foi um ato explícito de discriminação. “Querer proibir nós evangélicos é querer confinar quem é cristão em um gueto. Não podemos nos calar diante de uma atitude raivosa, espúria e discriminatória dessa pessoa. É aquela linha, não somos contra os evangélicos, mas queremos mantê-los longe da cultura”, afirmou.
Na avaliação de Santos, qualquer pessoa religiosa tem o direito constitucional de participar de qualquer área da atividade humana. “Não importa se você é ateu, evangélico, católico ou espírita. Você tem o direito de viver na fé ou no ateísmo em qualquer setor”, argumentou. O deputado solicitou à prefeitura de Blumenau que o processo eleitoral seja retomado. “Parece que não lembram que o Doutor [Hermann] Blumenau, que fundou a cidade, era evangélico luterano. Mas o que está em jogo, eu sei, é uma clara decisão de se evitar a influência de princípios, valores, que nós evangélicos defendemos, em todas as áreas. Discriminação religiosa é crime”, concluiu.
Rodovias federais
Em seu discurso na tribuna da Alesc, o deputado Maurício Eskudlark (PL) demonstrou preocupação com as rodovias federais que cortam Santa Catarina. “É inadmissível que o governo federal, dos presidentes Lula e Dilma, tenha tocando a obra [nas BRs 470, 282 e 163] em passos de tartaruga. Os dois vieram, assinaram atos, tivemos quase inaugurações, sem que a obra acontecesse”, reclamou.
O deputado ampliou a crítica ao atual presidente. “É lamentável que Santa Catarina, que foi o propulsor nessa mudança nacional que tivemos, dando a maior votação para Jair Bolsonaro, e infelizmente estamos há dois anos e meio do governo atual e não temos as respostas em nível federal”, citou. Eskudlark destacou a situação da BR-470, no Alto Vale, “espinha dorsal do estado”, em situação deplorável. “Enquanto isso, vemos o ministro [Tarcisio Gomes de Freitas, da Infraestrutura] todos os dias mostrando uma obra no Norte, no Nordeste, no Sudeste e até algumas no Rio Grande do Sul. Mas Santa Catarina está completamente esquecida pelo governo federal”, avaliou.
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Eskudlark relatou um acidente na BR-163 ocorrido no dia anterior, no qual quatro pessoas morreram. A deputada Marlene Fengler (PSD), em aparte, lembrou que o fato ocorreu na região onde nasceu. “O trecho é muito importante muito, pois tudo o que sai de Itapiranga para o Brasil e para o mundo passa por lá. Não é pouca coisa”, assegurou. A parlamentar afirmou que é preciso solicitar ao governo do Estado que faça uma licitação para um projeto de ampla revitalização da rodovia.
Educação
Representante do Planalto Norte, o deputado Silvio Dreveck (PP) expôs preocupação com o que considera como total desconhecimento da sociedade sobre a política. “Em contato com a população no dia a dia fica claro que a grande maioria do povo, principalmente as novas gerações, não tem conhecimento das atividades dos cargos eletivos, dos poderes, das incumbências do Executivo, do Judiciário, do Legislativo, do Ministério Público”, contou.
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Na visão do parlamentar, a grande maioria das pessoas confunde as atribuições de vereadores, prefeitos, deputados, governadores, parlamentares federais e presidentes. “A que se deve isso? Culpar essas pessoas? Não. Elas entendem assim porque não receberam informações. Outras gerações tinham uma disciplina chamada OSPB [Organização Social e Política Brasileira], que não era partidária e nem poderia ser. Mas, sim, de esclarecimento e conhecimento de qual a função de cada ator político. Infelizmente, isso se perdeu. É uma bandeira que estou trazendo para a Alesc. Vou propor, por meio da Comissão de Educação, para apelar, pedir, para que Ministério da Educação e Conselho Federal de Educação coloquem novamente essa disciplina nos bancos escolares”, concluiu.
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