No ano de 2019, foram registrados 2.066 novos casos de HIV em Santa Catarina
Dezembro traz um importante alerta de prevenção à infecção pelo HIV, quando é celebrado o mês de conscientização, sendo que 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Em Santa Catarina, os últimos anos têm sido de estabilidade, com uma pequena tendência de queda, no registro de novos casos da infecção e também da doença. No entanto, a transmissão do vírus ainda é uma realidade no estado. Sendo assim, a prevenção, a testagem e o tratamento continuam sendo fundamentais para o controle e combate ao HIV.
Regina Valim, médica infectologista e gerente de vigilância das IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), reforça a importância dessas medidas. “As pessoas não podem deixar de se prevenir. É fundamental que usem camisinha feminina ou masculina em todas as formas de relação sexual, que realizem a testagem para o diagnóstico precoce e o tratamento com medicamentos antirretrovirais, em caso de infecção. Além disso, também indicamos o uso de PrEP e PEP. Lembrando que tudo isso é oferecido de graça para qualquer pessoa nos serviços de saúde”, finaliza a médica.
No ano de 2019, foram registrados 2.066 novos casos de HIV em Santa Catarina. Em um comparativo com o ano anterior, houve uma queda de 222 casos. Com relação à Aids, também houve redução. No ano de 2019, foram notificados 1.205 casos da doença, contra 1.305 em 2018.
Os homens são mais acometidos pelo vírus no estado do que as mulheres. Em 2019, foram notificados 1.428 novos casos no sexo masculino, contra 660 no sexo feminino. Já a faixa etária com mais registros de casos de HIV é a de adultos jovens, com idade entre 20 e 29 anos. Foram 750 registros em 2019, seguida dos adultos com idade entre 30 e 39 anos, com 592 novos casos no mesmo ano.
Transmissão vertical
O diagnóstico precoce é a melhor forma de evitar a transmissão vertical do HIV, da mãe para o filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Sendo assim, é essencial que todas as gestantes e parceiros sexuais sejam testados para o HIV/Aids. No caso da mãe, ela deve ser testada durante o pré-natal e no momento do parto. “Quanto mais cedo se faz o diagnóstico, mais cedo se inicia o tratamento com antirretroviral e, com isso, evita-se a transmissão”, explica a gerente de vigilância das IST.
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Prevenção combinada
A melhor forma de evitar a infecção pelo HIV é pela prevenção combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção:
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV): é um método de prevenção que consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o vírus infecte o organismo, antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus. É indicado para pessoas que tenham mais chance de entrar em contato com o HIV.
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição ou PEP): medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV que consiste no uso de medicamentos, após uma possível exposição ao vírus, para reduzir o risco de infecção. Deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente, nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde.
- Preservativos: a camisinha masculina ou feminina deve ser usada em todos os tipos de relação sexual. Além de ser bastante acessível, está disponível nas unidades de saúde gratuitamente e é a maneira mais eficaz para evitar a infecção pelo HIV e uma gravidez não planejada.
- Testagem: o diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes. O teste rápido é um deles. Em, no máximo, 30 minutos é possível ter acesso ao resultado. O teste é realizado, de graça, em unidades básicas de saúde. O diagnóstico precoce é essencial para dar início ao tratamento o quanto antes e controlar a transmissão.
- Tratamento: a infecção pelo HIV não tem cura, mas pode ser controlada com a ingestão de medicamentos antirretrovirais, o chamado coquetel. Os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS.
- Carga viral indetectável: a pessoa que vive com HIV, mas realiza o tratamento adequadamente, consegue reduzir a circulação do vírus no corpo a índices indetectáveis. Ou seja, consegue eliminar o risco de transmissão.
O que é HIV?
É o vírus da imunodeficiência que pode levar à Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Diferentemente do que acontece com alguns outros vírus, o corpo humano não é capaz de eliminar o HIV, ou seja, uma vez adquirido, o vírus permanecerá no organismo a vida toda. O HIV se espalha por meio dos fluidos corporais e afeta, principalmente, células do sistema imune (sistema de defesa do organismo), chamadas CD4. Com o passar do tempo, o HIV pode destruir essas células de tal forma que o organismo se torna incapaz de lutar contra infecções e doenças em geral. Quando isso acontece, é sinal de que a infecção pelo HIV levou à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids.
O HIV é transmitido, principalmente, por relações sexuais desprotegidas, mas também pode ser adquirido no compartilhamento de seringas; transfusão de sangue contaminado; da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação; ou ainda por meio de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Fonte: Governo de SC | Por Amanda Mariano, Bruna Matos e Patrícia Pozzo
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