Galhos e cascas de árvores são a principal causa de interrupção do fornecimento de energia elétrica em SC
A queda de vegetação sobre os cabos da rede elétrica é a causa de 15% de todas as interrupções acidentais no fornecimento de energia elétrica, maior índice entre todos os tipos de acidentes com a rede elétrica em Santa Catarina. Em regiões como o Planalto Norte, o Planalto Serrano, Meio-Oeste e Oeste catarinense, onde há forte presença de áreas de reflorestamento de eucaliptos e pinus e também de araucárias, o problema é ainda mais grave. Veja adiante os índices nos lugares mais afetados por vegetação na rede elétrica, alcançados neste ano de 2020.
“Além da interrupção no fornecimento de energia, o contato direto das árvores, galhos e cascas arremessadas sobre os condutores pode causar curto-circuito e prejuízos aos consumidores, principalmente aos produtores de fumo, de leite e agroindústrias do meio rural”, explica do diretor de Distribuição, Sandro Levandoski. Somente nos seis primeiros meses de 2020, o custo com poda e roçada na área de concessão da Celesc foi de quase R$ 9,5 milhões.
Na região atendida pela Unidade de São Bento do Sul da Celesc, sendo os municípios de Rio Negrinho, Campo Alegre e São Bento do Sul são as áreas rurais destes três municípios que mais sofrem com a falta de energia pela vegetação próxima à rede. Para diminuir as consequências desse problema é fundamental o envolvimento de toda a sociedade. “Nas áreas particulares, o plantio e a manutenção de árvores em distância segura da rede elétrica são soluções simples que devem ser adotadas pela população”, afirma o gerente da Unidade São Bento do Sul, Carlos Alberto Becker Júnior.
Gladimir Jeremias, gerente do Núcleo Planalto, ressalta também a necessidade de atenção por parte dos proprietários dos imóveis na realização de podas, que devem ser realizadas por pessoas habilitadas para evitar acidentes. “Caso necessário, a Celesc pode acompanhar o trabalho, desde que solicitado com antecedência”, explica. Além disso, deve-se dar atenção à vegetação nativa que, por lei, não pode ser derrubada, a menos que cause risco de vida. Neste caso, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado para realizar o procedimento adequado.
Por Região
Veja abaixo o índice de interrupções acidentais no fornecimento de energia elétrica por contato de vegetação com a rede elétrica, entre janeiro e setembro de 2020, nos municípios das regiões atendidas pelos Núcleos e Unidades da Celesc:
Núcleos:
Núcleo Alto Vale |
27,0% |
Núcleo Planalto |
19,1% |
Núcleo Oeste |
15,3% |
Núcleo Grande Capital |
9,9% |
Núcleo Meio Oeste |
8,9% |
Núcleo Norte |
8,7% |
Núcleo Sul |
8,0% |
Núcleo Leste |
7,7% |
Unidades:
Unidade São Bento do Sul |
28,9% |
Unidade Concórdia |
21,8% |
Unidade Mafra |
19,1% |
Unidade Jaraguá do Sul |
19,1% |
Unidade Rio do Sul |
17,9% |
Unidade Videira |
15,9% |
Unidade São Miguel do Oeste |
9,0% |
Unidade Tubarão |
7,0% |
O que diz a Lei
A Lei nº 17.588, que estabelece limites para o plantio de árvores exóticas e nativas próximo à rede elétrica, está em vigor desde 30 de outubro de 2018. De acordo com suas diretrizes, seja em área urbana ou rural, a faixa mínima de segurança para o plantio de plantas de grande porte é de 30 metros (15 metros de cada lado) para espécies folhosas, como o eucalipto, e de 15 metros (7,5 metros de cada lado) para espécies coníferas, como por exemplo o pinus. Ambas são muito utilizadas em reflorestamentos.
“É muito importante que os donos dessas áreas observem a altura que as árvores podem alcançar e o quanto devem estar distantes da rede elétrica para evitar que, em dias de ventos fortes e tempestades, não corram o risco de caírem sobre a rede ou alcançarem a fiação elétrica”, alerta Becker.
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A poda e roçada das áreas públicas dentro das faixas de segurança (15 metros de cada lado) são de competência da distribuidora de energia, e o destino correto do material cortado é de responsabilidade das administrações municipais. Já a poda de vegetação em área particular é dever do proprietário. Dessa forma, ao perceber que os galhos estão crescendo muito, o dono do imóvel ou representante deve providenciar a poda preventiva. O serviço deve ser realizado por pessoa habilitada e equipada de forma segura. Caso haja interrupção no fornecimento de energia motivado por vegetação em propriedade particular, o acesso da distribuidora ao local é permitido, mesmo sem prévio aviso ou anuência do proprietário.
Vale destacar que tanto em áreas particulares quanto públicas, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil entram em ação apenas quando a queda (ou possível queda) de árvore representa risco de vida à população. Em caso de dúvida, pode-se ligar para os Bombeiros e solicitar uma visita ao local para avaliação. São eles que decidem se devem agir ou se indicam profissionais gabaritados para fazer a poda preventiva da árvore.
Siga as medidas de segurança:
– A Celesc deve ser informada quando houver corte de árvores de grande porte próximas à rede elétrica.
– Caso um fio arrebente e caia, deve-se considerar a rede energizada, isolar a área e não permitir que ninguém se aproxime. O proprietário também deve pedir auxílio à Celesc pelo telefone 0800 048 0196.
– O cuidado com a operação de máquinas agrícolas também é de extrema importância. Sempre que forem realizados serviços próximos à rede elétrica, deve-se verificar se não há possibilidade de encostar alguma parte móvel da máquina nos fios.
– As queimadas nas proximidades da rede também são definitivamente perigosas, sendo primordial não acontecerem no local. Mesmo que o fogo não chegue perto dos fios, postes ou torres, o calor pode provocar curtos-circuitos.
– O proprietário da área de reflorestamento pode sofrer ações judiciais por descumprimento da lei, podendo ser responsabilizado pelos danos causados a terceiros e à Celesc.
Fonte: Celesc
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