Ele já foi punido administrativamente e os inquéritos são para esclarecer o que ocorreu e punir a conduta
O comandante-geral da Policia Militar, coronel Dionei Tonet, e a delegada geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Luciana Maciel, garantiram na tarde desta quarta-feira (21), em reunião por videoconferência da Comissão de Segurança Pública, que o policial militar que agrediu com um cassetete mulheres que estavam reunidas por volta das 22h dentro de um apartamento no em Lages já foi punido administrativamente.
Assim que forem concluídos os inquéritos das polícias Militar e Civil, eles serão encaminhados aos deputados. “Foi uma ação isolada de um policial e que nos envergonha. Ele já foi punido administrativamente e os inquéritos são para esclarecer o que ocorreu e punir a conduta”, destacou Tonet.
O requerimento para realização da reunião ocorreu depois que a deputada Luciane Carminatti (PT) informou que após a ocorrência, no dia 4 de agosto, houve uma carreata com mais de 200 veículos protestando em Lages e os proprietários foram multados.
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A parlamentar apresentou um projeto de lei para sustar as multas de trânsito e a comissão resolveu ouvir os comandos para esclarecer os fatos. O presidente da Comissão, deputado Maurício Eskudlark (PL), enalteceu o trabalho da Polícia Militar em Santa Catarina e lamentou o ocorrido, dizendo esperar que os fatos sejam esclarecidos o quanto antes.
Violência
A ação do policial militar no bairro Coral, em Lages, no dia 3 de agosto, foi gravada em dois vídeos que foram divulgados nas redes sociais. A Polícia Militar informou que o caso ocorreu fora do âmbito profissional, pois o policial estava afastado do trabalho por pertencer ao grupo de risco da Covid-19.
As imagens mostram o policial discutindo com as mulheres e batendo com o cassetete sobre a mesa. Um dos registros mostra o policial desferindo golpes no rosto, nas costas e nos braços das jovens. As agressões começam depois que uma mulher entra no apartamento e tenta tirar o celular de uma das jovens, que gravava a ação.
Segundo relatos das vítimas, a discussão começou porque as mulheres comemoravam a aprovação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da universidade. Quatro delas são moradoras do apartamento e uma quinta jovem estava no local. Um boletim de ocorrência foi registrado.
Punição
A primeira punição administrativa contra o policial foi a retirada de uma medalha de participação e sua exclusão do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), informou o coronel Dionei Tonet. Quanto às multas de trânsito, ele sugeriu que o assunto fosse encaminhado à Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari) de Lages. O coronel informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) está apurando outras imagens do que ocorreu no dia da ação, mas que não poderia ainda falar sobre o assunto. A delegada Luciana Maciel também defendeu uma punição exemplar do militar e garantiu que o Inquérito Policial Civil (IPC) será rigoroso.
Ato inadmissível
A deputada Ada de Luca (MDB) avaliou que as multas aos veículos que participaram da manifestação em Lages caracterizam vingança e que foi uma ação exacerbada do policial militar, envergonhando todos os catarinenses. “É um ato inadmissível para um homem que foi treinado para nos defender. Causou-me um mal estar quando vi as imagens.”
O deputado Valdir Cobalchini (MDB) lamentou o ocorrido e o fato do policial integrar o Proerd, um programa exemplar para todo estado. “Esse policial é uma exceção dentro da segurança pública. Foi uma situação constrangedora para todos nós.”
Projeto aprovado
O colegiado aprovou por unanimidade o parecer do deputado Fabiano da Luz (PT) ao Projeto de Lei (PL) 263/2020, de autoria do governo estadual, que denomina 3º Sargento PM RR Marcos Joel Niues Luiz a 1ª Companhia do 10º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Blumenau. O projeto segue para apreciação em plenário.
Fonte: Agencia Alesc
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