Segundo ele, a execução do colega de cela era uma questão de vida ou morte
O delegado Juraci Darolt concluiu o inquérito que apurou a morte de Alexandre Alves, interno da Penitenciária Industrial de Blumenau que teve o coração arrancado do corpo. O homem apontado como autor do crime, Luiz Carlos Keller, foi indiciado por homicídio qualificado.
O delegado detalhou como ocorreram os fatos na noite de 15 de setembro dentro da unidade prisional, que culminaram na morte de Alves. Segundo o inquérito, a causa da morte foi asfixia. Só depois do colega já estar morto é que Keller arrancou o órgão do corpo.
Segundo Darolt, a investigação apontou que a vítima recebeu um bilhete de uma facção criminosa ordenando que ele matasse um dos “decretados” (como são chamadas as pessoas que estão marcadas para morrer pela organização) com os apelidos de “Chapecozinho”, “Seco”, “Aladim” ou “Muca”.
Keller informou que era conhecido como “Seco” e que, no dia do crime, por volta das 19h30, foi conversar com a vítima de forma amigável. Alves, porém, teria negado que recebeu o bilhete, mesmo com o autor declarando que já havia visto o papel com os apelidos.
Neste momento, de acordo com relatos de outros detentos que também estavam na cela, a vítima se dirigiu ao banheiro e jogou o bilhete na privada. Quando retornou, Alves, a vítima, teria pego Keller, o autor, de costas, pulado em seu pescoço e aplicado um golpe “mata-leão”.
Keller reagiu e conseguiu acertar um soco em Alves, que o soltou. A partir disso os dois entraram em luta corporal dentro da cela. A vítima atacou o autor novamente, que revidou com um chute que acertou o queixo de Alves, seguido de uma sequência de golpes no rosto. O assassino também bateu com a cabeça da vítima no chão e segurou o pescoço dele com um dos pés, até que Alves parou de reagir.
O delegado Darolt explicou que, conforme o laudo pericial, Alexander Alves tinha lesões na face, na mandíbula, no pescoço e nas vias aéreas, sendo a morte causada por asfixia.
Vida ou morte
Segundo o delegado, Keller afirmou em depoimento que executou o companheiro de cela porque “era uma questão de vida ou morte”, já que ele estava “decretado”, de acordo com o que estaria escrito no bilhete.
O autor também ressaltou que a briga começou por conta de provocações da vítima e com o “mata-leão” aplicado por Alves.
Sobre ter arrancado o coração da vítima, Keller afirmou que o fez porque estava com raiva no momento da briga, e que o fato não considera “como um prêmio”. Ele informou que, inicialmente, usou uma escova de dentes para abrir o corpo da vítima. Como o artefato não funcionou, ele utilizou partes de três lâminas de barbear para concluir o objetivo.
LEIA TAMBÉM: Polícia Civil cumpre mandados contra organização criminosa, em Rio dos Cedros
O inquérito policial agora será analisado pelo Ministério Público, que vai decidir se oferece ou não a denúncia contra Keller. Segundo o delegado, se condenado por homicídio qualificado, a pena é de 12 a 30 anos de reclusão. O autor do crime segue preso na Penitenciária Industrial de Blumenau.
Fonte: ND Mais
Sugestão de pauta