Homens vieram do sertão nordestino para trabalhar na safra da cebola com a promessa de salários de até R$ 150 por dia, mas se depararam com outra realidade
Mais 14 pessoas foram encontradas em situação de escravidão em Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. Os homens vieram do sertão nordestino para trabalhar na safra da cebola por três meses. Tinham a promessa de pagamentos entre R$ 100 e R$ 150 por dia, além de alimentação, moradia e carteira assinada, mas a situação era outra quando chegaram ao Estado.
Após o resgate, realizado entre os dias 1º e 4 de setembro, seis deles precisaram ficar alojados no Centro Multiuso até a data do voo de volta para casa. Na tarde desta quinta-feira (10), os últimos dois trabalhadores embarcaram rumo ao Maranhão, de acordo com a secretária de Assistência Social de Ituporanga, Janete Mees.
Uma das pessoas encontradas durante a ação era menor de idade, o que configura trabalho infantil. As circunstância envolvendo a vindo dos trabalhadores para Santa Catarina é considerada tráfico de pessoas mediante fraude.
“Após quase uma semana de deslocamento e endividados pelos gastos da viagem, os trabalhadores eram informados que a carteira de trabalho não seria assinada e que os gastos com alimentação seriam igualmente descontados dos salários.
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Os mantimentos necessários também provinham de comércio do próprio empregador, de forma que o endividamento se seguia ao longo da prestação de serviços”, diz o Grupo Especial de Fiscalização Móvel.
Esta é a quarta vez somente em 2020 que a situação se repetiu em Ituporanga. No fim de julho, 27 homens estavam em situação de escravidão nas plantações de cebola da cidade. Um dos casos só chegou a ser descoberto após um trabalhador passar mal e acionar o Samu. No mês de agosto, outros nove trabalhadores foram resgatados nas mesmas circunstâncias.
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota pela internet. O site está disponível aqui.
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