Escândalo fez Wirecard perder 90% do valor de mercado e levou seu ex-presidente à prisão
A gigante alemã de pagamentos Wiredcard é pouco conhecida no Brasil, mas nos últimos dias protagonizou um dos maiores escândalos contábeis do século. Nesta quinta-feira, após uma queda de 90% nas ações e de um ex-presidente ter sido preso, a companhia anunciou que pedirá insolvência. Na Alemanha, isso significa que a companhia pode continuar funcionando até encontrar um investidor disposto a adquirir a companhia.
A Wirecard valia 13 bilhões de euros até semana passada e era uma estrela no tradicional mercado alemão de tecnologia.
Apesar de ser a maior economia da Europa, a Alemanha tem um mercado financeiro dominado por empresas tradicionais, como grandes montadoras, bancos e indústrias, e ainda tem uma economia menos digitalizada que países europeus como Suécia e Reino Unido.
Neste sentido, a queda da Wirecard é um baque que vai além dos limites da companhia. É a primeira empresa integrante do exclusivo índice Dax, que reúne as 30 maiores da bolsa de Frankfurt, em seus 32 anos de história.
A derrocada começou há uma semana, quando a empresa anunciou que estava faltando 1,9 bilhão de euros em seu caixa (11 bilhões de reais), o que a forçaria a renegociar com bancos e a interromper pagamentos.
A inconsistência no balanço coloca em dúvidas o futuro do Wirecard Bank, uma subsidiária promissora no mercado financeiro alemão.
No dia 19 de junho, o presidente e principal acionista da empresa, Markus Braun, se afastou em consenso com o conselho de administração.
Quatro dias depois, ele foi preso por suspeitas de manipulação de mercado e, depois, liberado após pagar fiança de milhões de euros.
Em 2018, no último balanço disponível, a Wirecard processou 125 bilhões de euros de pagamentos de cartões de crédito e débito com as bandeiras Visa e Mastercard, o que levou a um faturamento de 2 bilhões de euros.
A companhia tinha mais de 250.000 empresas parceiras. Assim como em outras fraudes contábeis, a crise da Wirecard também coloca em escrutínio os auditores a companhia foi auditada pela EY durante a última década, como informa o jornal Financial Times.
Fonte: Exame
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