A mesma área pegou fogo em abril e havia levado cerca de dez dias para ser controlado
Na última semana, equipes dos bombeiros trabalharam para combater incêndios em área de reflorestamento no município de Barra Velha. A mesma área, que fica no bairro Vila Nova, pegou fogo em abril e havia levado cerca de dez dias para ser controlado. Desta vez, as chamas iniciaram na segunda-feira, 25 de maio, e as equipes precisaram do apoio dos Bombeiros Militares e Voluntários de municípios vizinhos, como Piçarras e Itajaí. A fumaça causada pelo foco atingiu também as casas de moradores.
A área total que envolve o reflorestamento é superior a 120 hectares de terra, ou seja, mais de um milhão de metros quadrados. Um total aproximado de 120 campos de futebol.
Nesta terça-feira, 2 de junho, conforme divulgado pelos Bombeiros Militares de Barra Velha, há apenas focos de fumaça porque ainda há calor no local, mas as chamas já foram controladas. Ainda conforme os bombeiros, a tendência é que os focos diminuam especialmente em razão da previsão de chuva para o município ao longo desta semana. Todo ambiente está úmido e a a formação de poças em alguns locais facilita a eficácia dos aceiros. As duas principais frentes de combate, que são evitar propagar para mata nativa avançar para a comunidade mais próxima, estão com aceiros liberados e com fumaça apenas nas areas já queimadas.
No entanto, uma das preocupações é que a situação volte a ocorrer se medidas não forem tomadas. Ezequiel Diaz Savino é um dos membros do conselho do parque Caminho do Peabirú, que fica próximo à área onde ocorreu o incêndio, e afirma que não há fiscalização por parte da Defesa Civil e nem notificações com relação aos donos do terreno onde houve o incêndio. Desde o primeiro registro de incêndio na área neste ano o conselho cobra um plano emergencial para combate ao incêndio, que deveria ser entregue no dia 30 de abril.
No documento, o conselho solicita um relatório da Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente) a respeito das motivações do incêndio, questiona a atuação do órgão, além de solicitar a instalação de hidrantes próximos a áreas de reflorestamento, instalação de área de proteção física no entorno do parque e punições aos responsáveis pelo crime.
– O medo é que o fogo acabe se alastrando e prejudique parte do parque. Com o trabalho dos bombeiros, a expectativa é que esse fogo não se alastre. O parque é uma área preservada do município e é o único remanescente protegido, considerado unidade de conservação do município que tem uma área ombrófila de mata atlântica em estado preservado. Não sabemos que outras medidas, depois que esse incêndio acabar, eles vão tomar para evitar novos incêndios – completa.
Além disso, a situação de estiagem enfrentada por todo o estado, com clima seco e falta de chuva, contribuíram para agravar a situação. Em nota divulgada na sexta-feira, dia 29, pela Prefeitura de Barra Velha, o município explica que as características do solo foram um dos fatores que mais dificultaram combate ao incêndio. Além disso, a prefeitura alega que no dia 23 de abril o proprietário do terreno onde iniciou o incêndio foi notificado. Segundo informado pela Fundema à Prefeitura, o auto de infração ainda não havia sido feito porque aguardavam relatório dos bombeiros para realizar um sobrevoo na região e constatar a origem do fogo. No entanto, conforme descrito na nota, o documento não foi concretizado em razão do registro de novas ocorrências; os trabalhos tiveram de ser interrompidos para combate aos novos focos.
A Prefeitura informou, ainda, que a Fundema fez um auto de infração sobre a poluição causada pelo incêndio no valor de R$ 70 mil, entregue na última segunda ao proprietário do terreno. A Defesa Civil de Santa Catarina também já está ciente de todos esses ocorridos e estão acompanhando esse novo processo. “O grande problema tem sido a falta de água na cidade. Então, estamos utilizando o Rio Itapocu e a Lagoa para contribuir na tarefa e, de vez em quando, água doce da Casan, para não estragar os equipamentos, limpando todas as impurezas que ficam na motobomba”, informou a Prefeitura em nota.
A orientação à população é contatar os números 190 ou 193 para denunciar casos de incêndio criminoso.
Confira a nota na íntegra
“Não é de hoje que nossa cidade está sofrendo com queimadas, e principalmente, suas consequências. Por isso, viemos aqui para esclarecer as dúvidas e deixar toda a população ciente do que vem acontecendo em Barra Velha.No dia 23 de abril informamos quais eram as medidas que estavam sendo tomadas para apagar o fogo, e comentamos sobre o tipo de solo que nosso município é formado, turfa. É basicamente orgânico, sendo um conjunto de rochas, caracterizadas pela sua baixa densidade, e com a presença de grãos e partículas que são mais difíceis para se trabalhar quando a tentativa é apagar incêndios.
E no mesmo dia, uma notificação foi entregue em mãos para o proprietário do imóvel onde surgiu o foco do incêndio. Com isso, a brigada contra incêndio foi posicionada no local, trabalhando incansavelmente para sanar o fogo. Paralelamente, houve a contratação de 2 máquinas para auxiliar no serviço, e hoje já contamos com 3.
A FUNDEMA (Fundação Municipal do Meio Ambiente) nos informou que ainda não foi feito o auto de infração, porque estavam no aguardo do relatório dos bombeiros para realizar um sobrevoo. Assim, averiguando a área que foi atingida pelo incêndio, para ter certeza sobre o foco e origem do fogo. Porém, se iniciou o novo incêndio e não conseguiram efetuar a concretização do documento. Além disso, hoje a FUNDEMA fez mais um alto de infração referente a poluição atmosférica no valor de 70 mil reais, que será entregue na próxima segunda-feira (01/06).
E para combater essa nova onda de incêndios, contamos com a cooperação do 7º Batalhão e de municípios, como Itajaí, Balneário Piçarras e Araquari, que estão se revezando com as equipes de Barra Velha, com o auxílio logístico da Defesa Civil, para realizar o combate ao fogo.
A Defesa Civil de Santa Catarina também já está ciente de todos esses ocorridos e estão acompanhando esse novo processo. O grande problema tem sido a falta de água na cidade. Então, estamos utilizando o Rio Itapocu e a Lagoa para contribuir na tarefa e, de vez em quando, água doce da CASAN, para não estragar os equipamentos, limpando todas as impurezas que ficam na motobomba.
Estamos atuando diariamente, e o incêndio está controlado. Os bombeiros estão contendo o avanço, junto às equipes que ficam prontas para apagar os novos focos – que ressurgem, pois ficam queimando por baixo do solo. Caso veja alguém ateando fogo, tire foto/filme e relate. Para denunciar basta ligar 190 ou 193.”
Fonte: NSC | Por Patrícia Della Justina
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