Um estudo do Imperial College, de Londres, mostra que, sem prevenção, 1,15 milhões poderiam morrer no Brasil.
Até um milhão de pessoas poderiam morrer no Brasil devido ao contágio pelo novo coronavírus, causador da doença chamada covid-19. Essa é a estimativa feita por pesquisadores do Imperial College, de Londres, um dos institutos pesquisa mais respeitados do mundo.
A pesquisa avaliou o impacto do vírus em 202 países e concluiu que medidas de prevenção, como distanciamento social, isolamento de doentes e testes de diagnóstico, podem salvar 38,6 milhões de pessoas. Ou seja, a mortalidade global da doença seria reduzida em 95% em relação à estimativa de 40 milhões de mortos, se nenhum país tomasse medida alguma para conter o novo coronavírus.
O número de 1,15 milhão de mortos no Brasil é em um cenário em que nenhuma dessas medidas preventivas seja adotada para conter o avanço da doença no país. A quantidade de pessoas infectadas seria de 187,7 milhões de pessoas, entre as quais 6,2 milhões seriam hospitalizadas e 1,5 milhão seriam casos graves. O cenário mais otimista, com todas as precauções tomadas e isolamento de 75% da população, empresas e governo, o número de mortes por complicações da doença seria de 44,2 mil.
Com isolamento apenas de idosos, o estudo estima que o Brasil teria 120 milhões de pessoas infectadas, entre as quais 3,2 milhões seriam hospitalizadas, 702 mil teriam quadros clínicos graves e 529 mil morreriam por complicações da covid-19.
Considerando um isolamento parcial, que evita tanto eventos quanto aglomerações, o número de pessoas infectadas é de 122 milhões, com 627 mil mortes.
O estudo é assinado por cerca de 50 cientistas. Segundo os pesquisadores, a rápida adoção de medidas comprovadas de saúde pública, incluindo testes, isolamento de casos e maior distanciamento social podem conter a pandemia.
Com todas as medidas preventivas adotadas, o Brasil pode evitar a morte de 1,05 milhão de pessoas devido ao novo coronavírus.
“Os resultados destacam que uma ação rápida, decisiva e coletiva agora salvará milhões de vidas”, afirma o Dr. Patrick Walker, um dos autores do estudo do Imperial College.
Fonte: Exame | Por Lucas Agrela | Foto: Buda Mendes/Getty Images
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