Segundo o boletim de ocorrência feito pela coordenadora da creche, tudo começou porque a criança teria mordido uma colega de sala.
A Polícia Civil de Timbó, no Médio Vale de Itajaí, investiga um caso de agressão de uma professora contra uma menina de 1 ano e 4 meses em uma creche da rede pública, localizada no bairro Das Capitais, em Timbó.
Conforme Boletim de Ocorrência feito pela coordenadora do núcleo de educação infantil no dia 27 de fevereiro, o fato teria ocorrido nove dias antes. A mãe, porém, relatou à reportagem que recebeu a informação da suposta agressão somente no dia 5 de março.
A mãe, que tem 36 anos, diz que foi buscar a pequena na unidade e foi informada de que a criança havia chorado durante todo o dia. Ao chegar em casa, a mãe conta que foi dar banho na bebê, que se queixava de dores pelo corpo.
– Quando a peguei no colo, ela já começou a gritar. Aí em casa, tirei a roupinha e cada vez que eu tocava nela, ela voltava a gritar. Falei para o meu marido e desconfiamos que algo tinha acontecido, mas ninguém nos falou nada – relata a mãe.
Segundo o boletim de ocorrência feito pela coordenadora da creche, tudo começou porque a criança teria mordido uma colega de sala. O documento cita que a funcionária teria batido na boca da menina e na sequência a levantado por um braço e a colocado no berço. No BO, a coordenadora confirma que olhou nas câmeras de segurança e “constatou que o relato era verídico”.
O secretário de Educação de Timbó, Alfroh Postai, teve acesso às imagens das câmeras de monitoramento da creche e trata o comportamento da professora como “inadmissível”. No último dia 27, inclusive, a pasta instaurou um processo disciplinar e afastou preventivamente a funcionária por 30 dias.
Ao saber da medida, segundo o secretário, a professora (que é contratada em caráter temporário para o cargo de educadora infantil) pediu exoneração.
– (A agressão) é uma atitude que não tem justificativa. Se você tem algum problema, não pode descontar em crianças que são indefesas. Não admitimos esse tipo de conduta, cumprimos os protocolos, e imediatamente afastamos a professora. Mas é um caso isolado – aponta Postai.
O advogado da família, Sérgio Barreto, disse que vai acompanhar o processo na área criminal e entrar com uma ação de indenização a favor dos pais.
– Protocolaremos na segunda-feira uma indenização aos pais por dano moral reflexo, ou seja, por conta da angústia e do sofrimento por conta do caso. É um fato que chocou toda a nossa comunidade – destaca.
A mãe da pequena se diz revoltada com o que aconteceu e defende que as atitudes das crianças não podem ser justificativas para uma agressão:
– É revoltante. Se não gosta de criança, não trabalha com isso. Tem que ter paciência. Eu tenho três crianças, sei como é. Se a gente deixa lá, é porque confia, já que temos que trabalhar.
Confira a nota oficial da prefeitura de Timbó
Segundo a coordenação, bem como a Secretaria Municipal de Educação, a professora foi afastada no dia seguinte ao ato, instaurado inquérito na polícia e aberto um processo administrativo. Assim que soube do processo, a própria professora acusada pediu exoneração do cargo, o que não a exime de responder na justiça pelos seus atos. Ou seja, todos os procedimentos foram realizados dentro dos prazos e com as documentações legais necessárias, como é exigido quando se envolve um organismo público. Após a denúncia oficializada, a família da criança foi chamada e tudo esclarecido, inclusive com a informação que a professora não teve mais acesso à sala das crianças no dia seguinte, para assim garantir o pleno funcionamento da creche e a segurança das crianças.
Fonte: NSC | Por Augusto Ittner | Foto: Reprodução/Polícia Civil
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