Para explicar sobre o assunto e como funcionará, foi ministrada uma palestra pública para verificação de como será o protocolo de atuação no porto.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma palestra pública nesta sexta-feira, 31 de janeiro em Itajaí, para apresentar o plano de contingência e alinhar o protocolo de atuação nos terminais portuários em relação ao coronavírus, reconhecido como emergência global pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
As recomendações são para que qualquer tripulante de navio que tenha passado pela China, nos últimos 30 dias, e apresente sintomas da doença, seja tratado como caso suspeito.
Isso inclui o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, por profissionais que atuam diretamente com os navios e a tripulação. É o caso dos representantes de órgãos intervenientes, como Polícia e Receita Federal, agentes marítimos e trabalhadores portuários.
Os portos de Itajaí e Navegantes concentram a maior movimentação de comércio exterior no Estado, com pelo menos um navio vindo da China por semana. As embarcações, no entanto, passam por outros portos brasileiros antes de chegar a Santa Catarina. Devido ao tempo de viagem entre a Ásia e o Brasil, é mais provável que eventuais casos suspeitos sejam identificados nos primeiros portos de parada.
– Mesmo não recebendo essas embarcações diretamente da China, como uma primeira escala, nós mantemos todo o controle e procedimento adotados por outros portos. Os procedimentos estão previstos no nosso plano de contingência, que já está aprovado e validado pela própria Anvisa, que tem responsabilidade legal sobre isso e impõe a necessidade dessa implementação – diz o superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Salles.
A Anvisa ressalta que, até agora, nenhum tripulante de navio apresentou sintomas nos portos de Itajaí e Navegantes.
Como funciona
Cabe ao comandante de cada embarcação que veio da China apresentar o relatório médico – chamado de medical logbook – da tripulação, com Declaração Marítima de Saúde (DMS). O documento atesta como está a saúde de todos a bordo.
Caso a informação sobre algum doente seja omitida, a embarcação sofre sanções. Uma delas é o impedimento de movimentar a carga, o que traz um prejuízo milionário ao armador.
Os portos brasileiros estão divulgando materiais informativos em língua portuguesa, inglês, espanhol e mandarim para todos os envolvidos na atividade portuária. O objetivo é que as recomendações cheguem a todos os envolvidos na cadeia de comércio marítimo.
Embora todos os cuidados sejam tomados, de acordo com os protocolos internacionais para esse tipo de doença, há preocupação pelo fato de que o vírus é transmitido mesmo que a pessoa infectada ainda não apresente os sintomas – uma condição incomum.
Na quinta-feira (30), a Anvisa reuniu representantes de órgãos de saúde de Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú para alinhar procedimentos. Balneário Camboriú foi incluída devido à movimentação de navios de cruzeiro.
Quanto ao fechamento está descartado pela especialista Márcia Scariot, responsável em Regulação e Vigilância Sanitária na Anvisa, explicou que não se considera a hipótese de fechamento de portos e aeroportos. O objetivo do plano de contingência é evitar a interferência no tráfego de pessoas e no comércio.
– Se necessário uma medida mais enérgica, ela será tomada, mas todos os nossos esforços são para que as medidas de prevenção e controle evitem esse tipo de ação, de acordo com o que está previsto no Regulamento Sanitário Internacional – afirmou.
Fonte | Foto: NSC | Dagmara Spautz
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