Caso não é raro, mas é necessária autorização judicial quando os pacientes não são familiares.
Um transplante renal entre dois pacientes vivos foi realizado no Hospital Santa Isabel na quarta-feira, 11 de dezembro. O procedimento ganha destaque por se tratar de dois amigos – situação não tão comum. Não é raro quando os pacientes são parentes até quarto grau, mas quando são amigos, é necessária autorização judicial para a comprovação de que o órgão não está sendo vendido. Com a autorização do juiz, então o transplante é realizado. Ambos os pacientes passam por avaliações médicas e acompanhamento psicológico.
O órgão foi doado por Álvaro Menezes, para o amigo de longa data Haroldo do Nascimento. Ambos os pacientes têm 38 anos. Quem realizou o procedimento cirúrgico foram os Drs. José Carlos Arenhart e John Edney dos Santos, Urologistas, Médicos do Corpo Clínico do Hospital Santa Isabel e da equipe de Medicina dos Transplantes. “Para nós é uma responsabilidade duplicada”, revela o Dr. José Carlos Arenhart. “Tiramos o rim de uma pessoa totalmente saudável e vamos colocá-la em outro paciente vivo”.
Álvaro recebeu alta na manhã desta sexta-feira. Haroldo segue internado, sob acompanhamento médico, na Unidade Nossa Senhora Aparecida do Hospital Santa Isabel. O quadro de saúde dele é estável. O paciente se recupera da cirurgia e precisa ficar sob supervisão médica após o transplante.
O transplante de rim
Num transplante de rim, o órgão de uma pessoa viva ou falecida, desde que esteja saudável, é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada – esse paciente já está em processo contínuo de hemodiálise. Através de uma cirurgia, o rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas. Diferente dos demais transplantes, os rins do paciente não são retirados: ele é posicionado ao lado do órgão que já era do paciente – a menos que estejam causando infecção ou hipertensão. Com o transplante, o paciente não precisa mais realizar a hemodiálise.
Como fica o doador?
É difícil estimar se ele terá problemas renais no futuro. Mas, é importante levar em consideração que ele passa a ter um órgão fazendo o trabalho de dois – o ser humano possui dois rins. Por isso, o doador terá cuidados especiais para o resto da vida. O paciente transplantado também: com frequência ele deve comparecer ao Ambulatório de Transplantes do Hospital Santa Isabel para exames. Com o passar do tempo, os exames vão se tornando anuais.
Hemodiálise
A Hemodiálise é um processo de purificação do sangue, em que um cateter é puncionado na veia do paciente, levando o sangue para o aparelho de hemodiálise. Outro cateter vem do aparelho para outra veia da pessoa. O processo é realizado na Renal Vida, no Centro Clínico Albert Eistein, ou numa unidade da Renal Vida no Hospital Santa Isabel. Se o paciente que está realizando a hemodiálise precisa viajar, ele precisa agendar sessões no local para onde está indo – ele não pode ficar sem! Um rim transplantado dura em média 10 anos. O procedimento cirúrgico dura de 3 a 4 horas.
Fonte: Comunicação HSI | Por: Gabriel Silva |
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