O delegado responsável pela investigação, afirmou que foram desviadas 14,6 toneladas de alimentos, em um prejuízo estimado de R$ 143 mil.
A Polícia Civil indiciou sete suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de carnes da merenda escolar de creches municipais de Criciúma, no Sul do estado. O inquérito foi concluído na tarde de terça-feira, 3 de dezembro. O delegado Túlio Magalhães Falcão, responsável pela investigação, afirmou que foram desviadas 14,6 toneladas de alimentos, em um prejuízo estimado de R$ 143 mil aos cofres públicos.
O inquérito é resultado da Operação Bocas Famintas, feita em outubro após uma denúncia. Os produtos desviados iriam para 32 creches.
Esquema
Duas mulheres encabeçavam o esquema: uma taxista e a nutricionista da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), entidade que administra a educação infantil no município.
A nutricionista responderá pelos crimes de peculato — quando um funcionário público se apropria, em proveito próprio, de um bem do qual tem acesso por causa do cargo que ocupa — e receptação qualificada.
A taxista também responderá por peculato, porque, segundo a policia, ela sabia que a carne pertencia a órgãos públicos. Ela vai responder ainda por receptação qualificada. As duas chegaram a ser presas em outubro, mas foram liberadas pelo Poder Judiciário.
“A nutricionista, pelo volume gigante de alimentos que estavam sendo desviados, pediu auxílio à taxista para vender esses bens. Como ideia, ela falou ‘olha, já que a nossa logística de transporte está sendo num carro pequeno, vamos comprar uma carretinha, um reboque, para fazer o transporte e vamos comprar um freezer, um freezer industrial para estocar toda a carne’. Só que o freezer não chegou a ser comprado por ação da polícia”, relatou o delegado.
A policia descobriu que cinco donos de estabelecimentos, como restaurantes, padarias e lanchonetes, compravam a carne pela metade do valor de mercado. Eles foram indiciados por receptação qualificada. Um deles também chegou a ser preso.
Todas as pessoas indiciadas no inquérito vão responder pelos crimes em liberdade.
Fonte: G1 SC | Foto: Reprodução
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