Ação tem como alvo advogados, contadores, pessoas suspeitas de serem intermediárias e um servidor público.
A Polícia e Receita Federal fazem, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 5 de novembro, uma operação para cumprir mandados em Santa Catarina, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. O alvo da Operação Saldo Negativo, como foi batizada, é um grupo suspeito de fraudar declarações de tributos federais por meio de compensação com créditos falsos.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em Florianópolis, São José, Criciúma, Itapema e Indaial, além de São Paulo (São Paulo, São Bernardo do Campo, Carapicuíba e Ribeirão Preto), Paraná (Colombo) e Distrito Federal (Brasília), de acordo com a PF.
Até as 8h, não havia balanço dos trabalhos, mas há informações de que um dos mandados foi cumprido no bairro Estreito, região continental de Florianópolis.
Alvos da operação
Os investigados são advogados, contadores, pessoas suspeitas de serem intermediárias e um servidor público. Ordens judiciais de sequestro de bens também são cumpridas.
Os mandados envolvem 30 veículos, três motos aquáticas, duas embarcações, 24 imóveis residenciais e comerciais, 106 lotes/terrenos em um condomínio e contas bancárias dos investigados com valores que podem chegar a R$7,8 bilhões. Cerca de 140 policias federais e 41 servidores da Receita Federal estão envolvidos na operação.
Investigação começou em 2017
O objetivo da organização criminosa era ficar com a maior parte do valor dos tributos devidos pelos empresários, conforme a Receita Federal. A investigação, que começou em novembro de 2017, apontou que os suspeitos prestavam assessoria tributária e vendiam supostos créditos, segundo a polícia.
Os suspeitos enganavam os empresários ao alegar que poderiam usar os créditos, que na verdade não existiam, para compensar débitos com o fisco, de acordo com a PF.
Segundo a Receita Federal, auditorias realizadas pela Delegacia da Receita Federal em Florianópolis identificou “empresas de consultoria tributária” que apresentavam declarações de créditos e débitos (DCTFs), de compensações (PER/Dcomp), de Simples Nacional (PGDAS) e também previdenciárias (GFIP) com créditos fictícios ou de terceiros, também chamados de falsos créditos.
Conforme a PF, já foram identificadas cerca de 3,5 mil empresas, com sede em 597 municípios brasileiros, que seriam clientes do grupo.
Fonte: G1 SC | Foto: Divulgação
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